Direitos Humanos: Veneza vai tingir-se de vermelho em nome dos cristãos perseguidos

Papa destaca «iniciativa providencial» para defender um direito essencial da humanidade

Foto: AFP

Cidade do Vaticano, 20 nov 2018 (Ecclesia) – A cidade de Veneza, em Itália, vai estar esta noite pintada de vermelho em memória dos cristãos perseguidos, numa iniciativa organizada pelo Patriarcado local e pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.

Numa mensagem enviada ao Patriarca de Veneza, o Papa classifica este acontecimento como “uma iniciativa providencial” para recordar todos quantos hoje ainda vivem privados do direito à liberdade religiosa e de culto.

“Existem países onde é imposta uma única religião, e outros onde assistimos a uma perseguição violenta ou a um achincalhamento cultural sistemático exercido sobre os discípulos de Jesus”, lamenta Francisco.

Para o Papa argentino, o direito à liberdade religiosa é um pilar “fundamental” da humanidade e “deve ser renovado porque reflete “a mais alta dignidade” de cada homem e mulher.

Depois de o Coliseu de Roma ter sido pintado a vermelho, para lembrar o mundo da situação dos cristãos, martirizados pela sua fé um pouco por todo o mundo, desta vez será a cidade de Veneza, considerada um dos patrimónios culturais mais relevantes do mundo.

A Basílica de Nossa Senhora da Saúde, o percurso ao londo do Grande Canal de Veneza, ou a Ponte do Rialto, são alguns dos pontos de Veneza que irão estar tingidos de vermelho, na noite desta terça-feira.

Recorde-se que em Portugal, no âmbito do mesmo projeto, foram iluminados com a cor do sangue, a simbolizar o sofrimento dos cristãos, os monumentos do Cristo-Rei, em Almada, Setúbal; e a Basílica dos Congregados, em Braga.

Naquela que foi a iniciativa mais recente deste género, em fevereiro deste ano, o Papa recebeu a família de Asia Bibi, uma mulher cristã que recentemente foi libertada da prisão depois de 9 anos encarcerada no corredor da morte, no Paquistão, por alegadamente ter insultado Maomé.

Em declarações divulgadas pela Fundação AIS, a filha de Asia Bibi já veio agradecer todos os esforços que foram feitos, ao longo dos anos, a favor da libertação da sua mãe.

https://www.facebook.com/vaticannews.it/videos/571559983288857/

Eisham, que tinha 9 anos na altura em que a sua mãe foi presa, deixa também um reconhecimento especial aos juízes que ilibaram Asia Bibi, pela “coragem” que revelaram, “e ao sistema judicial do Paquistão, que finalmente reconheceu a sua inocência”.

Asia Bibi foi libertada no dia 7 de novembro e encontra-se neste momento num local não divulgado pelas autoridades, para não comprometer a sua segurança.

A maioria muçulmana não se conformou com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça do Paquistão, e tem promovido violentos protestos um pouco por todo o país.

Na mesma declaração vídeo, a filha de Asia Bibi, Eisham, agradece o esforço e a oração de todos quantos acompanharam este caso, e faz votos para que “muito em breve a sua família esteja toda reunida”.

Recorde-se que além do marido, Ashik Masih, e da filha Eisham, a paquistanesa cristã Asia Bibi tem mais quatro filhos, que agora vai poder voltar a ver.

No âmbito desta memória dos cristãos perseguidos, o Papa Francisco também recebeu em fevereiro último, além de Asia Bibi, a nigeriana Rebecca Bitrus, que durante dois anos sofreu em cativeiro às mãos do grupo armado islâmico Boko Haram, que quer implementar o Islão no norte da Nigéria.

JCP

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Agência ECCLESIA

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