Direitos Humanos: Santa Sé alertou para «dolorosa realidade» de «falta de liberdade religiosa, guerras e violência»

D. Gabriele Caccia assinala que «mesmo em países com formas democráticas de governo, estes direitos nem sempre são plenamente respeitados»

Foto: Cáritas

Cidade do Vaticano, 21 out 2023 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas afirmou que “o direito à vida está no centro do respeito pelo valor igual de cada pessoa”, Assembleia Geral da ONU sobre a proteção dos Direitos Humanos.

“A proclamação solene dos Direitos Humanos, que ocorreu há 75 anos, é infelizmente ainda contrariada por uma dolorosa realidade feita de violações, falta de liberdade religiosa, de guerras e violência de todos os géneros”, disse D. Gabriele Caccia, informou, esta sexta-feira, o portal ‘Vatican News’.

O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas discursou na Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU sobre a proteção dos Direitos Humanos, esta quarta-feira.

O arcebispo italiano, delegado do Vaticano na ONU, não se pode falar de direitos humanos onde há genocídios, deportações em massa, propagação de novas formas de escravatura numa escala virtualmente global, como o tráfico de seres humanos, as crianças-soldados, a exploração dos trabalhadores, o tráfico ilícito de drogas, prostituição.

“Mesmo em países com formas democráticas de governo, estes direitos nem sempre são plenamente respeitados. A nossa missão comum é garantir que estes direitos humanos universais sejam usufruídos por todos, em todos os lugares, em todas as fases de suas vidas”, desenvolveu.

D. Gabriele Caccia realçou que os Direitos Humanos não são uma concessão de um Estado ou de um governo que, pelo contrário, têm o dever de promovê-los e protegê-los.

O arcebispo começou o seu discurso a explicar que os Direitos Humanos têm raízes na dignidade que pertence a cada ser humano, dignidade que é inerente à vida humana, e é igual em todas as pessoas, dada por Deus, e destacou que a Santa Sé “enfatiza que o teste decisivo” para a proteção dos direitos humanos é o “grau em que as pessoas num país desfrutam da liberdade de religião ou credo”.

“Direitos e deveres não são apenas complementares, mas estão intrinsecamente ligados”, acrescentou D. Gabriele Caccia, assinalando que esse vínculo também tem uma dimensão social na sociedade humana, porque o direito de uma pessoa corresponde ao dever dos outros de reconhecer e respeitar esse direito.

O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas alertou para existe uma “contradição afirmar direitos sem reconhecer as responsabilidades correspondentes”, informa o portal ‘Vatican News’.

CB

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Agência ECCLESIA

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