Lisboa, 10 dez 2014 (Ecclesia) – A presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC) apelou, hoje, na Assembleia da República, na entrega da medalha de ouro comemorativa do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos a uma “revisão de protocolos” antigos sobre o mundo infantil.
Manuela Eanes revelou que os protocolos assinados em 2002 “precisam de ser actualizados” porque “o IAC trabalha em condições espartanas”.
Como a criança deve ser “a grande prioridade”, o IAC tem como objectivo principal a contribuição para “o desenvolvimento integral da criança, na defesa e promoção dos seus direitos, procurando em cada momento ser a voz que chama a atenção, pressiona, actua, realiza acções que ajudem a que mais crianças vivam com alegria o tempo de ser criança”.
A grande prioridade do IAC (fundada em 1983) foi sempre “as crianças em risco, abandonadas, maltratadas, desaparecidas e exploradas sexualmente”.
As áreas onde o Instituto de Apoio à Criança está a trabalhar “não estavam cobertas, nem pelo Estado, nem por outras instituições”, nomeadamente, “o serviço SOS criança”, disse Manuela Eanes.
Num tempo “profundamente desumanizado” e “globalmente indiferente”, a presidente do IAC pediu aos presentes na cerimónia para “não desistirem” porque é uma “dor enorme ver crianças mal alimentadas”.
A aposta de futuro tem de “ser na criança” porque é a partir “de crianças mais felizes” que existem “adultos mais felizes”, frisou a presidente da instituição.
Os direitos das crianças não devem ficar “apenas nas paredes, nos cartazes e nos poemas”, mas devem “estar inscritos nos corações dos homens e cumpridos por todos os responsáveis”.
Para além do IAC, o júri do Prémio Direitos Humanos, constituído no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias distinguiu também o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) e Maria Regina Tavares da Silva.
LFS
