Tem sido terrível” afirma o bispo de Makurdi
Lisboa, 22 Jul 2022 (Ecclesia) – No estado de Benué (Nigéria), nos dois últimos meses, pelo “menos 68 cristãos foram mortos” e “muitos outros sequestrados ou forçados” a abandonar a região.
Estes dados fazem parte de um relatório enviado à Fundação Ajuda Igreja que Sofre (FAIS) Internacional pelo Bispo de Makurdi, (Nigéria) D. Wilfred Anagbe.
“Tem sido terrível”, diz bispo de Makurdi face ao “número brutal de cristãos mortos” nos últimos dois meses
Esta quinta-feira decorreu na Catedral de São Pedro, na Diocese de Kafanchan, a cerimónia fúnebre do padre John Mark Cheitnum, assassinado a 15 de Julho, mas cujo corpo, “já em decomposição, seria apenas descoberto quatro dias mais tarde”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
O bispo afirma que “tem sido terrível” ter de lidar com esta situação, apontando o dedo às autoridades federais pela falta de ação perante esta onda de violência.
A Nigéria tem sido palco de constantes atos de terror nos tempos recentes, da responsabilidade “de grupos terroristas, nomeadamente o Boko Haram, mas também de pastores nómadas Fulani e de malfeitores que transformaram os sequestros num proveitoso negócio”.
Segundo o bispo, “a escala de assassinatos, deslocamentos e destruição arbitrária de propriedades por essas milícias jihadistas Fulani apenas reforça a agenda, agora revelada, de despovoar as comunidades cristãs na Nigéria e tomar as terras”.
“O governo no poder na Nigéria continua a não fazer nada sobre esses ataques persistentes”, lê-se
A Diocese de Makurdi tem sido também diretamente afetada por esta onda de violência, a começar no facto de abrigar cerca de 80 por cento dos deslocados do estado de Benué. O próprio Bispo afirma que o seu trabalho está a ficar comprometido por questões de segurança. “Há alguns anos que não consigo realizar actividades pastorais em partes da minha diocese”, diz D. Wilfred Anagbe.
A FAIS tem vindo a apoiar os cristãos na Nigéria, um dos países em África onde a perseguição religiosa é mais visível.
Em 2021, a fundação pontifícia financiou 105 projetos em diferentes áreas, não descurando o apoio para a participação de representantes da Igreja local em eventos internacionais sobre questões como a liberdade religiosa e a perseguição aos cristãos, e a divulgação de notícias sobre o sofrimento dos cristãos neste país.
LFS