Continua violência extrema contra os cristãos naquele país africano
Lisboa, 23 abr 2024 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) manifesta preocupação e tristeza por mais um caso de violência extrema contra os cristãos no Burquina Fasso.
O catequista Edouard Yougbare, da Diocese de Fada Gourma, foi raptado por terroristas e assassinado dia 18 de abril e o corpo do jovem só seria encontrado na manhã seguinte, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
Fontes locais informaram a Fundação AIS Internacional que outras pessoas foram igualmente raptadas e mortas na ocasião.
Maria Lozano, directora internacional de imprensa e Relações Públicas da Ajuda à Igreja que Sofre exprimiu de imediato a sua consternação pelas notícias.
“Estamos destroçados com a perda de Yougbare”, disse Lozano. “Ele serviu fielmente a sua comunidade e a sua morte é um golpe devastador para o povo de Saatenga”, acrescentou.
“Os catequistas do Burquina Fasso estão na linha da frente, arriscando a vida pelo bem do seu povo. Há apenas dois meses, um outro catequista foi morto na diocese de Dori enquanto dirigia uma celebração dominical numa capela.”
A situação de segurança no Burquina Fasso tornou-se “muito difícil nos últimos anos, com os cristãos a serem particularmente visados por grupos terroristas inspirados no extremismo islâmico”.
A violência no país pode ser vista como parte de um conflito mais vasto que envolve vários países da região do Sahel, incluindo o Mali, o Chade, o Níger e a Nigéria.
Ainda recentemente, o bispo D. Laurent D’Abiré, da Diocese de Dori, situada no norte do Burquina Fasso, esteve no Brasil a convite do secretariado local da Fundação AIS, para participar na Assembleia Geral da conferência episcopal, que decorreu entre os dias 10 e 19 de abril.
A Diocese de Dori tem sido particularmente atingida pela violência jihadista, sendo que algumas paróquias já tiveram mesmo de ser encerradas e as comunidades cristãs tiveram de fugir para zonas mais seguras.
No encontro no Brasil, D. Dabiré contextualizou a situação que aflige a região e explicou como o terrorismo tem causado enorme instabilidade, medo e terror em toda população.
No entanto, apesar disso, o prelado fez questão de sublinhar que a Igreja continua viva “fundada sobre as comunidades cristãs de base, animadas por catequistas.
Cada ano que passa – acrescentou – os seminários estão mais cheios. Mesmo que este país seja pequeno, os 24% da população cristã de Burquina Fasso são uma igreja escutada e respeitada”, disse.
A Fundação AIS está empenhada em apoiar a Igreja no Burquina Fasso durante este período difícil da sua história. Em 2023, recorde-se, apoiou 56 projetos neste país africano com mais de um milhão de euros de financiamento.
LFS