Direitos Humanos: «Eu quero acreditar que não se perdeu a voz do Papa Francisco» – André Costa Jorge (c/vídeo)

Diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados em Portugal considera que o Papa argentino foi uma voz “em defesa das pessoas que não têm voz”

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 30 abr 2025 (Ecclesia) – O diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados em Portugal (JRS), André Costa Jorge, acredita que, com o falecimento do Papa Francisco, a 21 deste mês, “não se perdeu a voz” em prol dos migrantes, refugiados e deslocados à força.

“Eu quero acreditar que não se perdeu a voz do Papa Francisco porque fomos muito abençoados e muito acarinhados pela presença do Papa Francisco”, disse à Agência ECCLESIA André Costa Jorge.

O Papa Francisco foi “desde a primeira hora e de forma profética, uma voz em defesa destas pessoas que não têm voz”, acentuou.

A voz do Papa Francisco far-se-á ouvir “ainda no tempo” e “será também um motivo e um motor de dinâmica por parte de todos nós que temos esta responsabilidade, quer na Igreja, quer no mundo, de acompanhar, de servir, de defender as pessoas migrantes, as pessoas deslocadas e as pessoas que procuram refúgio e um lugar seguro para viver”, sublinha o diretor.

Com as deslocações provocadas por conflitos e guerras, o pontificado do Papa Francisco olha para os migrantes “ainda antes da chamada crise de refugiados de 2015”.

O Papa Francisco foi portador desta “preocupação da Igreja” quanto à posição que deveria ter “em fenómenos complexos, como são os fenómenos das migrações, quer das migrações forçadas, quer das chamadas migrações voluntárias ou económicas”.

Os verbos acolher, proteger, promover e integrar são uma bússola nos documentos do Papa Francisco.

O Papa olha para os migrantes “não apenas como portadores de uma resposta de emergência imediata, mas também como um cuidado continuado, um cuidado de tornar estas pessoas de refugiados a cidadãos”.

“Nenhum refugiado quer ser refugiado toda a vida. Não perdem a memória, mas não querem ser refugiados toda a vida. Todos nós queremos ser cidadãos e participarmos na sociedade que nos acolhe de forma totalmente igual aos cidadãos que já cá estão”, disse André Costa Jorge no programa ECCLESIA emitido esta quarta-feira na RTP2.

LS/LFS

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