D. Jorge Ortiga, responsável pelo setor da Pastoral Social, sublinha importância do prémio em momento de «grandes interpelações»
Lisboa, 10 dez 2012 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal responsável pela Pastoral Social da Igreja Católica elogiou hoje em Lisboa o papel da Cáritas, que recebeu o Prémio Direitos Humanos 2012 do Parlamento, na promoção da “dignidade de todos os portugueses”.
“Este acontecimento reveste-se de uma importância particular, na medida em que é a confirmação de que a Igreja também trabalha e luta pelos direitos das pessoas”, disse D. Jorge Ortiga à Agência ECCLESIA.
O arcebispo de Braga falou num “tempo de grandes interpelações à sociedade e consequentemente à Igreja”, à luz do qual deve ser lido este galardão.
O Prémio Direitos Humanos 2012 foi atribuído à Cáritas Portuguesa pela sua intervenção de “resposta sempre presente aos pedidos de assistência dos cidadãos que não têm possibilidades de garantir as suas necessidades básicas”, em especial na presente situação de “emergência social”.
Segundo o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, “o trabalho que a Igreja realiza através das suas instituições e nomeadamente através da Cáritas é um trabalho de defesa, de promoção dos direitos de todos os portugueses”.
O responsável destaca ainda que a Igreja não trabalha para prémios ou merecimentos: “A sua filosofia, o modo de agir é a gratuidade, o desinteresse, é a causa dos mais necessitados e essa é a grande consolação, a grande alegria e, se quisermos, o grande prémio”.
O presidente da Cáritas Portuguesa recebeu hoje a distinção entregue pelo Parlamento à organização católica, destacando a necessidade de defender e promover a justiça social no país.
“A Cáritas acolhe este prémio como sinal de reconhecimento pelo trabalho de animação de diversos organismos eclesiais presentes na operatividade dos Direitos Humanos, sobretudo na salvaguarda concreta de direitos sociais”, disse Eugénio Fonseca.
A cerimónia de atribuição, presidida por Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, teve lugar no Salão Nobre do Palácio de São Bento e incluiu a projeção de um curto filme produzido pelo Canal Parlamento.
Além do galardão à Cáritas, foi atribuída a medalha de ouro comemorativa do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem a Isabel Fernandes, voluntária da organização não-governamental ‘Ataca’ e fundadora da Associação ‘Kutsemba’, e a Miguel Neiva, mestre em Design, Comunicação e Marketing, “criador do Código ColorAdd, sistema de identificação de cores para daltónicos”.
Em 1998, o Parlamento instituiu o 10 de dezembro de cada ano como “Dia Nacional dos Direitos Humanos”.
OC