Direitos Humanos: D. José Alves alerta que só «intervenção musculada» pode travar perseguição religiosa no mundo

Fundação Ajuda à Igreja que Sofre inaugurou delegação em Évora

Évora, 16 out 2015 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora alertou para a “tragédia inumana” da perseguição religiosa, nomeadamente aos cristãos “com tendência a crescer”, na inauguração da delegação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) no convento de Santa Clara, em Évora.

“Atualmente o fenómeno da perseguição religiosa atinge dimensões intercontinentais. Entre todas, sobressai a perseguição dos cristãos. A tal ponto é grave esta situação que o número de mártires dos nossos dias ultrapassa notoriamente o número de mártires dos primeiros séculos do cristianismo”, analisou D. José Alves, esta quinta-feira.

No discurso enviado hoje à Agência ECCLESIA, o prelado contextualizou que para além dos que dão a vida pela fé “muitos milhares de famílias” perdem “todos os seus bens” e “são obrigados a fugir”.

Para D. José Alves “só uma intervenção musculada” dos organismos internacionais poderá por fim a “semelhante agressão injusta e injustificada”, um fenómeno “completamente novo de “contornos incontroláveis”.

“Trata de uma tragédia inumana com tendência a crescer ainda mais”, alertou.

O bispo de Évora espera que a delegação eborense da AIS consiga “sensibilizar não só” a população da cidade, os visitantes mas “todos os diocesanos e até a população das dioceses da Província Eclesiástica” – Évora; Beja e Algarve.

“Perante tão graves situações suportadas por irmãos nossos, não podemos ficar indiferentes. Todos somos convidados à oração intensa e à partilha de bens”, desenvolveu o bispo diocesano, sobre duas formas de atuar que “definem os verdadeiros cristãos”.

Neste contexto, recordou que a próxima Renúncia Quaresmal destina-se a “ajudar os refugiados” que forem encaminhados para Portugal e “outros cristãos que se encontrem em graves dificuldades”.

Na cerimónia de inauguração da nova delegação da Fundação AIS em Évora também estiveram presentes o bispo de Zaria, na Nigéria D. George Dado, e a irmã Annie Demerjian, de Allepo, na Síria, que testemunharam a perseguição aos cristãos e o serviço da Igreja.

“O seu testemunho objetivo, repassado de fé, de esperança e de caridade, transmitem impressões fortes, mesmo indeléveis, que certamente continuarão a alimentar a nossa vivência da fé e a mobilizar-nos interiormente para ajudar, da melhor forma que pudermos, os nossos irmãos perseguidos”, disse D. José Alves.

A nova delegação da fundação pontifícia em Portugal fica na igreja de Santa Clara, Paróquia de Santo Antão, em pleno centro histórico, “a poucos metros” da conhecida Praça do Giraldo, Património da Humanidade da UNESCO.

Para o prelado foi a hipótese que ofereceu as melhores condições “pela beleza e amplidão do espaço disponível e pela localização privilegiada”.

“Merece ser conhecida pela sua história e riqueza artística e, a partir de agora, também pela mensagem de fraternidade universal que nela passará a ser transmitida através de documentação, palestras, exposições e de muitas outras formas”, concluiu o bispo de Évora.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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