Organizações católicas temem «aumento da pobreza extrema em todo o mundo»
Lisboa, 10 dez 2020 (Ecclesia) – As Comissões Justiça e Paz da Igreja Católica na Europa lançaram hoje uma declaração comum, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, alertando para o impacto da pandemia, a nível económico e sanitário.
“A Covid-19, juntamente com os conflitos e as alterações climáticas, levará a um aumento da pobreza extrema em todo o mundo”, alertam as organizações, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
O documento defende que a vacinação contra a Covid-19 deve dar “preferência aos pobres” e funcionar como ponto de partida para “a recuperação económica, social e cultural” das sociedades, após se ter atingido a imunidade coletiva.
“Essa preferência também pode incluir aqueles que cuidam dos mais vulneráveis, seja por motivos profissionais ou familiares”, acrescenta a nota.
Os responsáveis católicos consideram que não pode haver “obrigação de vacinar”, mas sublinham que “cada cidadão é responsável pela sua saúde pessoal e pela saúde da sociedade, como um bem público partilhado”.
“Embora a escolha de tomar a vacina seja pessoal, essa escolha é um ato de generosidade e solidariedade por parte de todos e de liderança moral por aqueles que têm responsabilidades em todos os setores da sociedade”, indicam as Comissões Justiça e Paz.
O documento saúda o desenvolvimento de várias vacinas, “com bastante rapidez”, antes de recordar que cada pessoa “não só tem o direito de receber uma vacina gratuitamente mas também deve ser eficaz e segura”.
A nota apresenta os Direitos Humanos como a “chave para uma recuperação justa da pandemia”, alertando para a necessidade de evitar a sua limitação para lá de situações “proporcionais e estabelecidas pela Lei”.
“A luta contra a Covid-19 não pode ser vencida à custa dos Direitos Humanos”, advertem as organizações católicas.
O Papa Francisco também assinalou a celebração deste dia internacional, com uma mensagem publicada através da sua conta no Twitter: “Cada um é chamado a contribuir com coragem e determinação para o respeito dos Direitos Humanos fundamentais de cada pessoa, especialmente das ‘invisíveis’: de quem tem fome e sede, quem está nu, doente, estrangeiro ou detido (Mt 25,35-36)”.
OC