«Unimo-nos ao Papa Leão XIV no apelo por um cessar-fogo duradouro e pela libertação de reféns», acrescentam

Cidade do Vaticano,24 jul 2025 (Ecclesia) – Os bispos da África Austral uniram-se ao Papa “no apelo por um cessar-fogo e pela libertação de reféns” em Gaza, e apoiam a denúncia do governo da África do Sul contra Israel pelos massacres cometidos contra a população.
“Elevamos nossa voz para protestar contra o genocídio em curso; unimo-nos ao Papa Leão XIV no apelo por um cessar-fogo duradouro e pela libertação de reféns, incluindo aqueles mantidos em detenção administrativa”, afirmam os bispos africanos, citado pelo portal de notícias do Vaticano.
“Sabemos muito bem que nossas orações e solidariedade devem ser acompanhadas de ação. Apelamos para ações não violentas, boicotes em diversas áreas, protestos e denúncias da disseminação da guerra por todo o Oriente Médio”, desenvolve a Conferência dos Bispos Católicos da África Austral (SACBC, sigla em inglês).
A SACBC, órgão que reúne os bispos da África do Sul, Botsuana e Eswatini, publicou um comunicado após o ataque do exército israelita ao complexo da igreja da Sagrada Família em Gaza, no dia 17 de julho, a única paróquia católica de Gaza, na Palestina, que fez três mortos e vários feridos.
O Governo da África do Sul apresentou uma queixa contra Israel por “genocídio” em Gaza, a 29 de dezembro de 2023, no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ),o tribunal internacional que resolve disputas entre os 193 Estados-membros da ONU; em março de 2024, fez um segundo apelo para a aplicação de novas medidas contra Israel.
Os membros da SACBC explicam que esperavam que a ação do governo sul-africano fosse “uma forma pacífica de pressionar as partes em conflito a pôr fim a este ciclo de violência”.
“Não foi o que aconteceu. Os muitos países que continuam a fornecer armas e a apoiar a retórica da guerra tornaram-se cúmplices do que a história certamente registrará como um ‘crime contra a humanidade’”, salienta o comunicado dos bispos da África Austral, assinado por seu presidente, o cardeal Stephen Brislin, arcebispo de Cidade do Cabo.
Em maio de 2024, o Governo sul-africano deu entrada de um pedido urgente no TIJ, em Haia, nos Países Baixos, com apelo a um cessar-fogo imediato, e, em outubro, entregou um registo que “documenta como o governo de Israel violou a Convenção do Genocídio, promovendo a destruição de palestinianos que vivem em Gaza”.
A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo grupo Hamas no sul de Israel, a 7 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.
Israel lançou em seguida uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que continua com milhares de mortos, destruição de infraestruturas e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas, de acordo com o Governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano, desde 2007.

A Conferência dos Bispos Católicos da África Austral observa que a resposta de Israel ao massacre realizado pelo Hamas contra civis israelitas “já é amplamente reconhecida no mundo inteiro como genocídio e limpeza étnica”.
“Compartilhamos essa avaliação e, portanto, apoiamos a denúncia apresentada pelo governo sul-africano ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, acusando Israel de cometer atos de genocídio”, afirmam os bispos da África Austral, no comunicado citado pelo portal online ‘Vatican News’.
CB/PR
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