Fundação pontifícia apresenta relatório em Lisboa
Lisboa, 20 nov 2024 (Ecclesia) – A presidente da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Portugal disse que a ‘Red Week’, que esta fundação pontifícia promove a nível internacional, chama “a atenção da população, dos políticos, das entidades oficiais” para “os cristãos perseguidos” hoje.
“É um símbolo ter os edifícios, as igrejas, as catedrais, os monumentos, os parlamentos, iluminados de vermelho com este sangue dos mártires, para lembrar que hoje, em 2024, continua a haver perseguição por causa da fé, apenas baseada pela fé”, explicou Catarina Martins Bettencourt, esta quarta-feira, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Paulo Aido, jornalista da AIS, alerta para “o grande risco” das pessoas sentirem que “isto se passa lá longe, em países distantes”, porque parece que não tem nada a ver com elas, “mas tem tudo a ver” porque a liberdade religiosa é “um direito humano que é fundamental”, e esta situação tem-se “vindo a agravar de ano para ano”.
“Os sinais são mesmo muito inquietantes em relação a isso. E, todos somos chamados, de alguma forma, a ter uma palavra a dizer sobre isto, que mais não seja para que isso nos inquiete em relação ao nosso dia a dia. Porque se nós estamos aqui, num país onde não há problemas de liberdade religiosa, o mesmo não se passa noutras zonas do mundo, e não nos pode deixar indiferentes”, desenvolveu, alertando que “são milhões de pessoas em todo o mundo”, neste caso cristãos, “que são vítimas da perseguição religiosa”.
A Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, através dos seus secretariados no mundo, em 20 países, incluindo Portugal, está a dinamizar a ‘Red Week’ 2024, a ‘semana vermelha’ centrada na liberdade religiosa, desde segunda-feira, entre 18 e 24 de novembro.
“Todos os secretariados da Ajuda à Igreja que Sofre farão esta iluminação, chamarão a atenção da população, dos políticos, das entidades oficiais, de que existe este drama hoje dos cristãos perseguidos, destes mártires por causa da sua fé”, acrescentou Catarina Martins Bettencourt, realçando que “a situação tem-se agravado ano para ano”.
A presidente do secretariado português da AIS salienta que em Portugal o Santuário de Cristo Rei, em Almada, vai estar iluminado de vermelho, em Lisboa, e, nesta tarde, também o monumento a D. José I, na Praça do Comércio; por exemplo, a Diocese de Bragança-Miranda associou-se com o Santuário de Cerejais, e em Inglaterra destaca-se o Parlamento.
“Tudo isto com este objetivo de provocar, no fundo, quem está a passar de olhar e se questionar: ‘Porque é que está hoje de vermelho o Cristo Rei, porque é que está iluminado de vermelho este monumento, esta igreja”, realça a responsável nacional.
No contexto desta semana especial, a ‘Red Week’, a fundação pontifícia, novamente através dos seus secretariados, apresenta o documento ‘Perseguidos e Esquecidos? Relatório sobre os Cristãos Oprimidos por causa da sua Fé [2022-24]’, que avaliou “a situação em 18 países do mundo, entre 1 de agosto de 2022 e 30 de junho de 2024.
Catarina Martins Bettencourt destaca que, segundo o relatório que é publicado a cada dois anos, “a situação tem-se agravado ano para ano, esta degradação da liberdade da comunidade cristã”.
“Nós damos uma informação e de alguma forma procuramos desinquietar as pessoas, alertar para esta realidade e tentar mobilizá-las: Nós não podemos ficar indiferentes a tanto sofrimento humano”, acrescenta o jornalista Paulo Aido, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje, na RTP2.
No âmbito da solidariedade, e dos múltiplos projetos que a AIS apoio no mundo, a campanha de Natal, deste ano, destina-se ao Burquina Fasso, país de África que também está no relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’.
“Perseguidos e Esquecidos? Relatório sobre os Cristãos Oprimidos por causa da sua Fé [2022-24]” é apresentado na tarde desta quarta-feira, a partir das 17h30, no Mude-Museu do Design, na Rua Augusta, em Lisboa.
A AIS convidou o professor Jorge Bacelar Gouveia para apresentar o novo relatório, a sessão conta ainda com o testemunho do padre Jacques Arzouma Sawadogo, que vem do Burquina Fasso para contar de viva-voz como “é a vida dos cristãos no seu país”. Depois de Lisboa, a Fundação AIS vai apresentar ainda o relatório em Santarém, Aveiro e Évora, respetivamente nos dias 21, 22 e 23 de novembro. |
HM/CB/OC
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