Uma grande manifestação envolvendo crianças italianas e crianças filhas de trabalhadores provenientes de países que não pertencem à União Europeia, mas nascidas na Itália, foi realizada no passado dia 3, em Roma. O evento, organizado pela Comunidade romana de Santo Egídio, pretendeu apresentar dados e propostas sobre a nova cidadania italiana para quem nasceu na Itália. Segundo os dados do Ministério do Interior, relativos ao período de 1 de Janeiro de 1995 a 18 de Setembro de 2002, são 8516 as concessões de cidadanias a estrangeiros com naturalização por residência, um média anual de 1098 casos. Nos últimos cinco anos, enquanto a Itália passou de 1.341.000 estrangeiros extra-comunitários regularmente residentes no país, em 1999, para os cerca de 2.400.000, em 2002, (um crescimento de 79%), as naturalizações por residência diminuem 70%. As crianças que nascem na Itália, filhas de pais estrangeiros, não têm hoje nenhuma possibilidade de se tornar cidadão italiano antes de completar 18 anos. As hipóteses são ainda mais remotas para a criança que chega à Itália antes da idade escolar. A Comunidade de Santo Egídio pede que a Lei sobre cidadania seja reformada, pois a actual reforça “velhos princípios”, típicos de um país cuja população emigra por trabalho e ignora completamente a nova realidade migratória na Itália.