Direcção do Indielisboa congratula-se pela presença do Prémio Signis-Árvore da Vida

Nuno Sena, director Festival Internacional de Cinema Independente, conta como nasceu o projecto

Foi durante os anos em que trabalhou na Cinemateca que o director do Indielisboa, Nuno Sena, descobriu o imenso e cativante mundo dos festivais. Entusiasmou-o acima de tudo o acesso à produção cinematográfica não necessariamente comercial mas de ponta.

A ideia do Indielisboa surgiu, em Nuno Sena, Rui Miguel Pereira e Miguel Valverde, como o preenchimento de um espaço de promoção do cinema nacional e estrangeiro inédito, num formato com padrões de qualidade e inovação inequívocos que não se colasse nem viesse a substituir o já ocupado por outros festivais, mostras ou ciclos.

Foi graças ao contacto que qualquer um já tinha com a produção e os grandes festivais internacionais que, de caneta e papel na mão, os três delinearam em 2004 os grandes fundamentos do projecto Indie: primeiro, trazer a Portugal o que de melhor se fazia lá fora em termos de cinema independente e sem exclusividade de género como o fantástico, terror, documental, ou outro; segundo, implementar em Portugal o mesmo tipo de festival que se via no estrangeiro, entre os melhores, trazendo não só os filmes mas também os realizadores, proporcionando debates e organizando ateliês em ambiente descontraído e próximo entre convidados e público; finalmente, tornar o Indielisboa uma montra muito grande de cinema português, primeiro cá dentro, depois lá fora, proporcionando o acesso de jornalistas, críticos, programadores e outros agentes da industria cinematográfica estrangeira à produção nacional, em primeiríssima mão. Graças a esta “montra”, a carreira de alguns filmes nacionais tem sido catapultada para fora de portas, sendo incluída na programação de diversos festivais internacionais.

É no contacto com estes festivais internacionais, além do Festroia, que Nuno Sena conhece a Signis – Associação Mundial Católica para a Comunicação -, reconhece a importância do seu prémio e se revê nos critérios de selecção do mesmo, com base não só na qualidade técnica e artística das obras em apreciação mas também no conjunto de valores universais que os filmes exploram e promovem.

Para o director do festival, foi extraordinariamente feliz a conjugação de vontades entre a organização do festival e os representantes da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais cujo prémio, ao incidir no Indielisboa sobre a produção nacional em competição, entre curtas e longas metragens de diferentes géneros, contribui decisivamente para o apoio e promoção do cinema português.

Além do valor monetário do prémio, na ordem dos dois mil euros, o Prémio Signis – Árvore da Vida 2010 encerra em si uma marca de qualidade que certamente contribui para a valorização e promoção do filme premiado não só aos olhos do público nacional mas também dos principais agentes do mundo cinematográfico nacional e estrangeiro: programadores, meios de comunicação, críticos, festivais ou distribuidores.

Este ano, atribuído o Prémio ao documentário “Pelas Sombras”, de Catarina Mourão, a escolha do júri Signis-Árvore da Vida coincide com a do público. Mais uma conjugação feliz a provar uma postura atenta, aberta e disponível da Igreja às novas leituras, tendências e registos cinematográficos.

No final deste sétimo Indie, além da alegria por mais uma edição de sucesso cumprida, mais um recorde de espectadores batido, ultrapassando os quarenta e dois mil, Nuno Sena revela-se muitíssimo satisfeito com o resultado desta presença e postura da Igreja no festival, esperando que ela se repita e reforce no futuro!

Margarida Ataíde

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