O projecto RIDISC – Rede Informática para as Dioceses e Instituições Sócio-Culturais do Sul do País, englobando o Algarve, Beja, Évora, Santarém e Setúbal, tem vindo a prosseguir no desenvolvimento do trabalho para implementação da informatização daquelas dioceses. Concluídos os Portais das dioceses na Internet, as atenções têm vindo a centrar-se na fase delicada de construção do módulo paroquial. Artur Gomes, responsável da empresa que está a desenvolver o projecto, explica que o trabalho tem sido “árduo” nesta fase, mas que tem havido uma discussão “muito positiva” no seio da equipa técnica, constituída pelos Bispos das 5 dioceses do Sul, por alguns párocos e pelos técnicos da empresa, no sentido de se definir o que a Igreja precisa. Aquele responsável garante que “tem havido muito entusiasmo e participação” por parte das 5 dioceses envolvidas e que “tem sido muito encorajador”. O objectivo passa agora por anunciar em Outubro próximo a conclusão do módulo paroquial, para se fazer a sua apresentação pública (que no Algarve poderá coincidir com a realização da Assembleia Diocesana, a 5 desse mês) e iniciar-se as acções de formação com os utilizadores, párocos ou leigos. A 1 de Janeiro do próximo ano pretende-se então ter a ferramenta completamente operacional para começar a trabalhar. Entretanto o RIDISC lançou um outro serviço que pretende aproximar todos quantos partilham este sistema informático. O Portal em www.ridisc.org tem como objectivo dar a conhecer, promover e dinamizar o projecto de informatização das dioceses do Sul. Neste endereço pretende-se concentrar e disponibilizar toda a informação relacionada com o desenvolvimento do projecto, acções de divulgação e acções de formação, mas também oferecer um conjunto de ferramentas que facilitem o esclarecimento de dúvidas e o debate de ideias. O Portal destina-se a um vasto leque de utilizadores, como instrumento de informação e divulgação do projecto e em especial aos utilizadores registados, como instrumento de formação à distância e acesso a informação privilegiada. Como mais valias de uma estruturação em rede, evidenciam-se os custos reduzidos, o arquivo de documentação a que é possível acender agilizando procedimentos administrativos, a partilha de experiências, a promoção de conteúdos, a formação, a coesão de um universo comum e a potencialização das ferramentas informáticas aplicadas à Igreja. Numa fase posterior, a informatização e ligação entre bibliotecas e arquivos estará também pensada. Como projecto “da Igreja para a Igreja”, está em aberto a possibilidade de adesão de novas dioceses. Este é um processo facilitado, apenas dependente da vontade das mesmas e das infra-estruturas disponíveis. “Queremos privilegiar uma formação evolutiva, à distância e uma autoformação (por exemplo através de pequenos vídeos) e isso só é possível se conseguirmos concentrar e disponibilizar num único sítio toda a informação relacionada com o projecto, dado o seu alcance geográfico ser muito grande (metade do território nacional) e ser difícil ter uma equipa permanente a dar apoio e resposta às pessoas”, explica Artur Gomes, considerando que isto “vai ser vital para o normal funcionamento do projecto”. Por outro lado, reconhece que é uma forma de valorização do projecto. “É importante valorizar o projecto, primeiro porque é um investimento muito grande e depois porque faz todo o sentido que todas as dioceses venham a aderir a ele e a melhor forma de lhes provar o que está a ser feito e como, é dando-lhes a conhecer a realidade”, justifica Artur Gomes. Mostrando-se convencido que “com o tempo irão existir outras dioceses a aderir” ao RIDISC, “porque faz todo o sentido”, aquele técnico acrescenta: “se olharmos para o espírito que presidiu ao arranque deste projecto verificamos que não faz sentido estarem só algumas dioceses, mas antes a Igreja toda”, pois “o projecto é da Igreja para a Igreja e não de qualquer empresa”. Embora algumas dioceses já tenham trilhado outros caminhos, Artur Gomes admite que “no tempo certo, depois de fazerem uma avaliação, redireccionarão a sua opção”. “A Igreja não estar interessada num projecto que ela própria está a desenvolver não faria muito sentido, até porque há aqui um investimento e um esforço muito grande”, complementa. Sobre os Portais diocesanos adianta que “o balanço tem sido muito positivo”. “A melhor maneira de constatar isso é ver o número crescente de pessoas que todos os dias procuram os Portais. É ver as intervenções das pessoas a reclamar que os Portais deveriam ter mais informação”, constata, advertindo que “isto coloca um desafio à estrutura da Igreja”: “a necessidade de se criarem condições para que toda a informação possa fluir para dentro do Portal para que ele possa estar o mais actualizado possível”. “O que passa por ter alguém muito empenhado nesse trabalho”, refere. Complementarmente ao projecto RIDISC, Artur Gomes defendeu ainda a necessidade de associação das dioceses para negociação do acesso à Internet para todo o conjunto das suas paróquias, de forma a deter poder negocial que será maior se for em sociedade. No Algarve, o ritmo das consultas a este mesmo Portal da diocese tem acelerado de mês para mês e só nos primeiros seis meses deste ano, aquela estrutura já foi contactada por mais de 20 mil visitantes. As visitas mensais ultrapassaram já as 5000 e as diárias já chegaram a atingir as 500. Acesso através de PDA e telemóvel Está já disponível o acesso a cada um dos portais das dioceses do Sul através de PDA/telemóvel, sem necessidade de qualquer tipo de configuração especial pelo visitante. Para tal, através do Browser IE bastará aceder ao endereço web do Portal. Neste momento já foram activados os acessos por PDA aos portais do projecto RIDISC e da diocese do Algarve. Em breve serão activados os restantes portais. O principal objectivo desta facilidade é o de “oferecer um novo, prático e eficiente, meio de consulta da informação disponível no Portal, sem necessidade de grandes recursos de largura de banda”. Foram já testados PDAs com o sistema operativo Pocket PC2002/2003, WM5 e WM6. Formação e-learning Outra das potencialidades do projecto de informatização das dioceses do Sul prende-se com a possibilidade, avançada na passada edição a propósito da reabertura do CEFLA, de a Igreja poder começar a fazer formação através do método e-learning, que consiste na aquisição de conteúdos à distância por meio das novas tecnologias. As dioceses estão a encarar essa possibilidade com muito optimismo e existem mesmo algumas experiências pontuais nalgumas dioceses portuguesas e em diversos institutos teológicos internacionais. Samuel Mendonça