Dioceses do Sul de Portugal trabalham no módulo paroquial para sua informatização

As cinco dioceses do Sul de Portugal voltaram a sentar-se à mesa, no passado dia 25 de Setembro, para uma nova fase do RIDISC – Rede Informática para Dioceses e Instituições Sócio-Culturais, um projecto encabeçado pela diocese do Algarve no âmbito de uma candidatura apoiada pelo Algarve Digital, que está a ser partilhado com as restantes Igrejas vizinhas, por forma a estabelecerem entre si uma rede informática. Tendo havido entretanto a troca de uma das dioceses inicialmente aderentes por outra que agora resolveu abraçar o projecto (saiu Portalegre-Castelo Branco e entrou Setúbal), e com o módulo dos Portais na Internet concluído (à excepção da nova diocese aderente), o grupo das dioceses do Sul tem estado a trabalhar agora no segundo dos três módulos que o projecto contempla: o gestor paroquial. Artur Gomes, responsável da empresa que está a desenvolver a estrutura informática explicou à FOLHA DO DOMINGO que o trabalho que está agora a ser realizado passa por “definir campos, funcionalidades e designações” que o novo módulo vai poder disponibilizar. “É uma fase crucial em termos de planeamento para, a partir de Janeiro, os peritos informáticos se lançarem no trabalho de programação propriamente dito”, complementou. Uma das funcionalidades que, no futuro, o sistema permitirá será, por exemplo, “a transferência de um catequizando de uma paróquia para outra”, explica Artur Gomes, referindo-se à ficha de registo do paroquiano. “Estas são questões que têm estado a ser discutidas exaustivamente”, acrescenta, esclarecendo que na próxima reunião, agendada para dia 30 deste mês, já “vai ser apresentada uma antevisão do aspecto final da estrutura informática, incluindo a forma como vão aparecer os próprios menus”. Dentro deste módulo de gestão paroquial, a parte económica, embora já definida, “deu algum trabalho”, reconhece aquele responsável. “Temos estado a harmonizar os procedimentos, de forma a que o programa possa satisfazer a todos”, esclarece Artur Gomes, admitindo que “há efectivamente diferenças de acção no trabalho de uma diocese para outra diocese”, mas que “isso não tem constituido obstáculo ao projecto pois elas acabam por se pôr de acordo”. “Esta fase até Dezembro é fundamental para se pedir tudo o que se tem a pedir porque depois de o programa estar montado será muito mais difícil voltar a trás”, explica o informático, confirmando que as dioceses têm avançado com várias propostas e sugestões. Adesão das restantes dioceses traria vantagens para uma rede nacional Artur Gomes está convencido de que a adesão por parte das restantes dioceses portuguesas ao projecto vai mesmo acontecer, sendo apenas uma questão de tempo. “Quando estivermos mesmo na fase final e, em função dos resultados obtidos, as outras dioceses puderem ver uma demonstração do programa a funcionar, não tenho a mínima dúvida de que quererão aderir”, afirma, justificando que “só vão ter a ganhar com isso”. “Primeiro pelos custos e segundo porque é um projecto da Igreja e não de uma empresa”, complementa Artur Gomes, imaginando que as dioceses que entraram de início, com um contributo maior para assegurar a realização do projecto, “queiram depois algumas contrapartidas das outras que venham a entrar depois”. O responsável destaca ainda as vantagens de uma rede nacional integral. “Se toda a Igreja nacional estivesse em rede facilitava imenso a transferência de documentos tão utilizados como os Registos de Matrimónio e de Baptismo ou averbamentos do Crisma de um lado para o outro. Esta é a grande vantagem deste projecto”, realça. D. António Vitalino, Bispo de Beja e um dos entusiastas do projecto, não se mostra, para já, tão optimista quanto à adesão de outras dioceses. Embora confirme que houve já algumas dioceses que já “manifestaram interesse“, refere que há também aquelas que “têm já alguns programas, como é o caso do Porto”. “Não sei se irão aderir ou se continuarão com os programas que já adquiriram, ainda que com as limitações de cada um, uma vez que o nosso será on-line e o do Porto é diferente”, refere, identificando as causas do eventual desinteresse das restantes dioceses. “Porque a nível da Comissão Episcopal se levou muito tempo para avançar com uma solução, houve muitas dioceses que seguiram o seu próprio caminho”, admite, considerando que embora “já existam muitas realidades em rede na Igreja, falta incluir os processos administrativos”, pois isso “viria facilitar a comunicação que é necessária haver”. Por outro lado D. António Vitalino entende ainda que “a Igreja, como expressão de comunhão, deve, nos meios que usa, procurar ter também essa dimensão presente”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top