Dioceses de Braga e Ourense debatem desafios comuns

Encontros deixam adivinhar uma colaboração mais efectiva entre o Norte de Portugal e a Galiza A proximidade geográfica e linguística, a herança histórico-cultural comum e a semelhança dos desafios sociais e pastorais parecem indiciar uma aproximação cada vez mais efectiva entre as províncias eclesiásticas de Braga e Santiago de Compostela. Numa reunião informal realizada ontem, no Paço Arquiepiscopal, entre os responsáveis diocesanos bracarenses e o Conselho Episcopal de Ourense, foi lançado o desafio de incrementar este tipo de encontros, susceptíveis de delinearem e reforçar estratégias comuns no âmbito da acção evangelizadora dos dois lados do rio Minho. O Bispo de Ourense salientou «o valor do trabalho pastoral realizado pela Arquidiocese de Braga» e, numa alusão à reunião, destacou que esta foi «uma oportunidade para conhecer de perto as suas preocupações e partilhar alguns aspectos da vivência eclesial espanhola». D. Luís Quinteiro Fiúza, que pastoreia uma diocese com 312 mil habitantes, distribuídos, ao longo dos seus 5.281 quilómetros quadrados, por 735 paróquias, referiu ao Diário do Minho que esta Igreja particular «deve aproveitar o facto de viver junto à “porta de entrada” de Braga» e aproveitar as semelhanças psíquicas e culturais de ambos os povos – «a religiosidade popular e uma profunda devoção mariana» – para «promover o intercâmbio entre as suas comunidades». «Muitos portugueses viajam até à Galiza e inúmeros galegos visitam o Norte de Portugal ou peregrinam até ao Santuário de Fátima», lembrou o prelado galego, que classificou, por isso mesmo, o encontro de ontem como «muito enriquecedor ». Refira-se que a Diocese de Ourense, que, como se disse, pertence à província eclesiástica de Santiago (que inclui Tui, Lugo, Compostela e Mondoñedo), foi fundada em 433. O Bispo Witimir teve um papel de destaque durante o II Concílio de Braga, em 572, ocupando o terceiro lugar do grupo de bispos “ex synodo Lucensi”. A Diocese de Ourense foi destruída pelos árabes por volta de 716 e viveu um período de instabilidade até Afonso III (866-910), que acabou por restaurar diversas catedrais na Galiza e Norte de Portugal. Até 974 não se tem notícias dos seus prelados e, por isso, pensa-se que Ourense foi, durante o século X, administrada por Lugo. Na segunda metade do século seguinte, Ourense prosseguiu sufragânea de Braga até ao Cisma.

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