Bispo presidiu à celebração dos 30 anos da criação da Diocese Na celebração de acção de graças que ontem marcou o fim das comemoração dos 30 anos da criação da diocese de Viana do Castelo, D. José Pedreira disse que esta sente a «responsabilidade de ser fiel ao Senhor na missão que lhe foi confiada», tendo aproveitado a ocasião para dar conta aos fiéis dos desafios que o Papa Bento XVI deixou à Igreja portuguesa. O Bispo de Viana do Castelo alertou para a insensatez de fazer «cálculos ou inventar profecias » para procurar compreender o que vai acontecer no final da vida terrena. «Pensar nesse dia é uma atitude de sabedoria » se for para perseverar «com maior lucidez» na fé e viver com «maior compromisso o presente», aproveitando cada momento para fazer o bem, acrescentou. «Mesmo que seja frágil – referiu D. José Pedreira –, a vida terrena mantém o seu valor enquanto o próximo necessitar do nosso amor e ajuda, enquanto subsistirem motivos para crer, falar da nossa fé, comunicar as maravilhas de Deus». O prelado, que aquando da celebração que assinalou a data da Bula de Paulo VI de criação da Diocese, a 3 do corrente, estava em Roma em visita “Ad Limina”, explicou, ontem, que o Santo Padre dá graças a Cristo Senhor pela grande misericórdia que usou para com a sua Igreja peregrina em Portugal, «penetrada e enriquecida» do espírito jubilar do ano 2000. Bento XVI alegrou-se, disse, com as numerosas iniciativas «tomadas pelas nossas Igrejas diocesanas» de que fez uma longa enumeração e citou: a realização do recenseamento geral da prática dominical, o retomar a caminhada sinodal feita ou a fazer, como aconteceu com a diocese de Viana do Castelo, a convocação da missão geral de evangelização, segundo modalidades novas e antigas, a realização a nível nacional do encontro de movimentos e novas comunidades eclesiais, o congresso da família, a vontade de servir o homem consignada na Concordata e outras iniciativas no campo da evangelização. Com os bispos portugueses, frisou o Bispo de Viana do Castelo, o Papa olhou, «sem medo», as limitações e falhas existentes, que, assegurou, são um estímulo para ir mais longe no «compromisso de anunciar o Evangelho». Bento XVI assinalou a necessidade de encontrar «novas formas de integração na comunidade para suprir a falta de participação » dos fiéis, «construir caminhos de comunhão», além de «mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros», para acertar o passo com o «ritmo do último Concílio». D. José Pedreira deixou bem vincado que nesta missão se devem empenhar «clero e laicado », «cada um dentro da sua função própria», pois todos são um a partir do Baptismo e todos co-responsáveis. O Bispo de Viana do Castelo foi mais um dos bispos a criticarem a comunicação social pelo eco que fez da mensagem do Papa, acusando-a de «quase exclusivamente» apontar as dificuldades da Igreja portuguesa, a uma realidade, explicitou, que os próprios deram conhecimento ao Santo Padre «através dos habituais relatórios» que lhe são enviados com alguns meses de antecedência. Na conclusão da “Semana dos Seminários”, D. José Pedreira disse querer que esta instituição (espaço e tempo de discernimento vocacional) seja «o coração desta Igreja de Cristo que está e actua em Viana do Castelo. O Seminário precisa da oração de todos, mas também de uma grande colaboração de toda a comunidade cristã, nomeadamente na sua «manutenção material». Em dia celebrativo da Igreja de Viana do Castelo, durante o ofertório, fiéis de muitas comunidades dos diversos arciprestados da diocese depositaram nas mãos do Bispo os contributos para sustentar a vida diocesana, fruto da generosa partilha de todos os membros e sinal de comunhão.