D. António Marto toma posse este Domingo A Diocese de Leiria-Fátima vai ser dirigida, a partir deste Domingo por D. António Marto, que vai substituir D. Serafim Ferreira e Silva, o qual apresentou o seu pedido de resignação por ter atingido o limite de idade, 75 anos. A celebração tem início marcado para as 16h30, na Sé de Leiria, com a chegada do novo Bispo ao adro do templo, onde será recebido pelos representantes da diocese e autoridades locais. O ritual da tomada de posse prevê que D. António Marto seja conduzido ao interior da catedral pelo presidente do Cabido, sendo acompanhado à capela do Santíssimo, onde ficará em oração. Depois desta fase, será feita a apresentação da carta de nomeação, seguida da transmissão do testemunho de D. Serafim ao seu sucessor, e da manifestação de respeito e obediência do clero e fiéis leigos ao seu novo Bispo. A cerimónia termina com a celebração da eucaristia, com a presença de Bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas e outros fiéis. Depois da missa haverá um convívio, no claustro da Sé. Muito acarinhado em Viseu, onde se encontrava a dirigir a diocese, D. António Augusto dos Santos Marto, nasceu a 5 de Maio de 1947, em Tronco, Chaves. A sua ordenação presbiteral ocorreu em 1971 e a nomeação episcopal no ano 2000, na altura para Auxiliar de Braga. Em 2001 seria ordenado bispo, tendo tomado posse em Viseu em 2004. No seu currículo constam estudos humanístico-teológicos, de especialização em Teologia Sistemática na Universidade Pontifícia Gregoriana, onde fez a licenciatura e o doutoramento que concluiu com a tese sobre “Esperança cristão e futuro do homem”. Foi prefeito no Seminário Maior do Porto, professor de Teologia do Instituto de Ciências Humanas e Teológicas-Porto, no Centro de Cultura Católica do Porto, na Faculdade de Teologia da Universidade Católica e na Faculdade de Direito da UCP. Desde 2002, assegura a presidência da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e Ecumenismo e representou a Conferência Episcopal Portuguesa, no Sínodo dos Bispos de Outubro de 2005, sobre a Eucaristia. “Foi-me dito directamente pelo Vaticano que o Santo Padre queria um bispo teólogo para Fátima, e o meu nome teria sido o mais sugerido, pelos meus colegas de episcopado”, contou à Agência ECLESIA D. António Marto, aquando da nomeação. Na saudação que dirigiu à Diocese, o novo Bispo de Leiria-Fátima dirigiu-se a D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, ao Vigário Geral, ao Reitor do Santuário de Fátima, ao Cabido, a todos os sacerdotes, aos religiosos e religiosas, aos institutos seculares, aos seminaristas, às paróquias, aos grupos e movimentos laicais. “Ninguém estranhará que o bispo reserve uma palavra especial para os seus padres, os seus mais próximos colaboradores, com quem forma um só Presbitério. A todos e a cada um de vós, pois, meus caríssimos irmãos no único sacerdócio de Cristo, quero manifestar a minha especial estima e o meu profundo reconhecimento pela fadiga apostólica com que exerceis o vosso ministério”, escreveu. “Saúdo também cordialmente, e com toda a deferência, as excelentíssimas autoridades civis, militares, académicas e administrativas, que representam todos os cidadãos do território da Diocese, com o voto de uma leal e generosa colaboração”, acrescentava a missiva. Nesta mensagem, D. António Marto sublinhava a sua devoção à Virgem Maria, “tão venerada sob a invocação de Nossa Senhora de Fátima, Padroeira da Diocese”. D. Serafim fica em Fátima A celebração de Domingo ficará também marcada pelo adeus de D. Serafim Ferreira e Silva, que se mantém à frente da Diocese desde 1993, após ter ali chegado em 1987, ano em que foi nomeado Bispo Coadjutor de Leiria. D. Serafim Ferreira e Silva nasceu no dia 16 de Junho de 1930 em Santa Maria de Avioso, Maia, Porto, e fez os seus estudos no Seminário do Porto, tendo sido ordenado presbítero em 1954. É licenciado em Direito Canónico, pela Universidade Gregoriana de Roma. Foi nomeado cónego da Sé do Porto, em 1969, e até 1979 foi Vigário Geral da diocese do Porto, ano em que foi sagrado bispo e nomeado bispo Auxiliar de Braga, onde esteve até 1981. Neste ano foi transferido para auxiliar do Patriarcado de Lisboa, tendo, no ano seguinte, assumido o cargo de Secretário-geral da Conferência Episcopal. Como Bispo emérito, D. Serafim ficará a residir em Fátima. À Agência ECCLESIA, o prelado confessa que tem “muitas e gratas recordações” destes anos em que esteve à frente da Diocese, que considera ter “um povo de raízes cristãs”. “Procurei dar uma atenção especialíssima ao Santuário de Fátima, que fica nesta Diocese, e estou contente, porque tenho um bom sucessor”, garante. De Fátima, em especial, D. Serafim destaca o facto de ali ter recebido “muitos milhões de pessoas, peregrinos católicos, cristãos e mesmo agnósticos em busca de alguém”. Na sua missão, o Bispo teve também de acompanhar a imagem peregrina e deslocar-se ao estrangeiro, onde pôde testemunhar “o fascínio pela Senhora que apareceu em Fátima, mais brilhante que o sol, e também pelos três pastorinhos, em especial pelos dois que morreram mais novos”. Perante a responsabilidade de ser Bispo desta Diocese tão especial, D. Serafim Ferreira e Silva assegura que “procurei estar à altura e creio que cumpri”.