Diocese do Porto discute o valor da vocação na missão da Igreja

Ajudar a pensar o conceito e a realidade da vocação ligada à missão foi o objectivo das Jornadas de Pastoral Vocacional que o Secretariado da Pastoral das Vocações do Porto organizou. «Como conjugar vocação com a missão actual da Igreja» foi a reflexão proposta, primeiro a sacerdotes e diáconos e no dia seguinte, destinado a leigos e consagradas. O Pe. Jorge Madureira, Director do Secretariado da Pastoral das Vocações do Porto traduz à Agência ECCLESIA que missão e vocação são “duas dimensões de uma única moeda”. “A missão evangelizadora da Igreja é uma dimensão interior à vocação. Não existe vocação sem missão”. Esta mesma proposta é feita por Bento XVI na sua mensagem para o 45º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que a Igreja vive desde ontem, dia 6, até ao próximo dia 13. O Director do Secretariado afirma que as pessoas “têm de perceber que o chamamento que recebem de Deus, implica um compromisso, uma responsabilidade e o cuidar de uma missão”. O entendimento que se faz da vocação pode ser lido “muitas vezes como uma realização pessoal, pensando a vocação como algo encerrado em si próprio”. No entanto, “a missão projecta para fora e faz perceber que a vocação só existe em função da colaboração com Jesus”, explica, pois, “qualquer missão na Igreja é sempre a actualização da missão de Jesus Cristo”. Este ano, a mensagem de Bento XVI ajudou a perceber a importância de aprofundar aspectos “que muitas vezes não são considerados”, foca o Pe. Jorge Madureira. Os itinerários formativos são “insistentemente focados como autênticos caminhos pedagógicos ao serviço da vocação”, traduzidos depois, nos vários sectores educativos da fé. O Papa desafia as comunidades paroquiais a desenvolver todas as acções que salvaguardem a transmissão da fé. “A insistência está a ser colocada aos educadores para que não se demitam da sua missão de educação vocacional”. Ao serviço deste Secretariado diocesano, a convicção e a esperança são dominantes no trabalho desenvolvido pelo Pe. Jorge Madureira. O que está em causa “é a transmissão de um “tesouro precioso da Igreja”. “Esse tesouro, a partir do momento que cai no coração, desde que trabalhado vocacionalmente há-de frutificar”, indica. Por isso, aposta com esperança e confiança, “ajudando a ultrapassar uma visão de desânimo dominante”. Apontar a crise de vocações ou a falta de terreno fértil para falar de fé não é suficiente. Para o Pe. Jorge Madureira esta é uma “época é fantástica, precisamente por causa dos desafios colocados à fé e à missão. Este é o início de um tempo novo”, adianta. Um tempo novo que D. Manuel Clemente quer traçar no Porto e chamou de «Missão 2010». Este projecto conta já com algumas linhas de acção orientadoras, mas “ainda é necessário concretizá-las” e é nesta fase que a diocese se encontra – em processo de delinear as acções necessárias. Para o Pe. Jorge Madureira uma coisa é certa. “Se não há vocação sem missão, não há evangelização que não esteja imbuída de vocação”. Por isso a evangelização terá necessariamente de ter um enquadramento vocacional, “sob o risco de lhe faltar o nuclear”. A meta da nova evangelização, “é um serviço de humanização. Queremos chegar aos que estão distantes ou aos que se tornaram indiferentes à fé”.

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