Comunicado da Vigararia-geral 1. No passado dia 19 do presente mês de Novembro, o Senhor Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, decidiu remover o Senhor P. Carlos Alberto de Castro Ferreira, da Sociedade Salesiana de S. João Bosco, do ofício de pároco de Pinhal Novo e de capelão da capelania de Rio Frio. 2. O Sr. P. Carlos Alberto foi, ao longo de muitos anos, solícita e insistentemente admoestado, quer pelo Senhor D. Manuel da Silva Martins, quer pelo actual Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, a cumprir as normas da Igreja, comuns a todos os párocos, e a manifestar sincera e efectiva comunhão com o Bispo, a Igreja diocesana e o Santo Padre. Mantendo uma atitude de permanente recusa em acolher e pôr em prática as orientações dadas por ambos os Bispos, chegou ao ponto de se recusar, durante um ano inteiro, a dialogar com o actual Bispo que pretendia fazer a visita pastoral à paróquia de Pinhal Novo, tendo inclusive devolvido cartas registadas que o Bispo lhe enviara. Foi o Senhor D. Gilberto ao encontro do Sr. P. Carlos Alberto, no Pinhal Novo. Na presença do Bispo continuou a dizer que não queria falar com ele. Depois de muitas insistências, reconsiderou e veio a assinar um documento no qual se comprometeu a respeitar as normas da Igreja, que durante anos não cumprira. Na sequência deste compromisso, deu sinais de mudança nas suas atitudes, fazendo crer que estava a ser coerente com os compromissos que assumira. Preparou e acompanhou a visita pastoral do Senhor Bispo à paróquia de Pinhal Novo e à Capelania de Rio Frio. Passou a respeitar normas pastorais e jurídicas da Igreja universal e diocesana que anteriormente não seguia. Participou nas reuniões vicariais e diocesanas do clero. No relatório preparatório da visita pastoral, o Senhor P. Carlos Alberto manifestou, por escrito, numa atitude correcta, a sua disponibilidade em se retirar da paróquia quando o Senhor Bispo achasse oportuno. Ao longo da visita declarou, por diversas vezes a sua comunhão com o Bispo, com a Igreja diocesana e com o Santo Padre. 3. No entanto, e com grande espanto, fomos surpreendidos com o que o Sr. P. Carlos Alberto escreveu no último número (o N.º 36) do boletim paroquial de Pinhal Novo chamado “Fraternidade”, especialmente o que se lê na página sete, em letras bem grossas e com aparatoso sublinhado, como declaração de princípios daquele boletim paroquial. Aí se lê o inacreditável: que os chefes da Igreja (os Papas) estão sujeitos ao diabo, renegando Cristo e a Igreja. Mais: o nosso Papa João Paulo II faz tudo o que os servidores de Constantino querem fazer dele. Quem tenha dúvidas de que tais enormidades tenham sido escritas leia a página sete do referido número de “Fraternidade”, da responsabilidade do então pároco de Pinhal Novo, P. Carlos Alberto de Castro Ferreira. Seria despudor transcrever aqui tão escabroso texto. Confrontado com as afirmações escritas no seu boletim paroquial, o Sr. P. Carlos Alberto justificou-se, perante o Senhor Bispo e alguns dos seus colaboradores, dizendo tratar-se de uma “gralha”. Tal justificação não é aceitável, pois o sentido do texto não depende de uma ou duas palavras, de uma troca de sinais de pontuação, coisas admissíveis como “gralha”. O sentido do texto é literariamente coerente da primeira à última palavra. Mais: o que aqui o Sr. P. Carlos Alberto escreveu está em consonância com escritos anteriores à sua promessa de comunhão com o Bispo e a Igreja. Afinal, nada mudou na mentalidade do Sr. P. Carlos Alberto nem nas suas posições quanto à Igreja e ao Santo Padre. Outra decisão que não a imediata remoção do Sr. Padre Carlos Alberto seria impensável. Nisto foram unânimes os conselhos que o Senhor Bispo recolheu dos seus colaboradores. Todo o clero da Diocese de Setúbal está com o seu Bispo nesta decisão. 4. A actual situação do Senhor Padre Carlos Alberto não é a de um trabalhador despedido, sem alojamento nem meios de sobrevivência. O Senhor P. Carlos Alberto pertence à Congregação dos Padres Salesianos (Sociedade Salesiana de S. João Bosco). Terminadas as suas funções na diocese de Setúbal, regressará ao seu Instituto Religioso, se assim o entender. O seu Superior Provincial está a par de tudo e é com ele que o Sr. P. Carlos Alberto deverá entender-se. 5. No mesmo dia em que foi decretada a remoção do Sr. P. Carlos Alberto, foi nomeado Administrador Paroquial de Pinhal Novo e Rio Frio o Senhor P. Carlos Fernando Russo dos Santos, Vigário forâneo do Montijo e pároco de Alcochete e Samouco. O Senhor Administrador Paroquial terá a colaboração de dois sacerdotes: os Senhores Padres Fernando Miguel Alves e João Luís Paixão. O novo Administrador Paroquial é, por inerência, o presidente do Centro Social Paroquial de Pinhal Novo. A nova direcção assegurará o bom funcionamento do Centro e honrará os compromissos assumidos com o pessoal e os fornecedores. 6. Têm chegado ao nosso conhecimento atitudes pouco razoáveis de alguns paroquianos de Pinhal Novo que contestam a decisão tomada quanto à substituição do pároco. Entre estas atitudes está a do encerramento da igreja paroquial. Tais reacções, por um lado não fazem senão confirmar que a mudança de pároco do Pinhal Novo era uma exigência inadiável; por outro lado, mancham o bom-nome de uma comunidade numerosa e fiel que deseja receber o novo pároco e não se revê nas atitudes imponderadas de um grupo de paroquianos. 7. Lamentamos profundamente que crianças e adolescentes tenham sido instrumentalizados para andarem pelas ruas do Pinhal Novo a divulgar calúnias e outras falsidades acerca do nosso Bispo, D. Gilberto. Esperamos que o abuso da ingenuidade e da fragilidade destas crianças mereça o mais vivo repúdio dos seus pais e de toda a população de Pinhal Novo. 8. Finalmente, confiamos que o bom senso vença, para bem de todos, particularmente para o bom povo de Pinhal Novo. Setúbal, 22 de Novembro de 2003 O Pró-Vigário Geral da Diocese de Setúbal, P. José João Aires Lobato