Diocese de Santarém atenta às festas religiosas

D. Manuel Pelino defende abertura às manifestações de uma cultura popular que tem uma matriz cristã A Diocese de Santarém tem estado particularmente activa no que diz respeito à valorização das tradições religiosas. A Igreja reuniu recentemente as comissões de festas religiosas, “que ainda são bastantes”. D. Manuel Pelino regista que “estas manifestações continuam a existir mas são, cada vez mais, festas civis que religiosas”, mas a matriz cristã leva a que o “povo adira mais”. A Igreja tem de ser “muito acolhedora” neste campo e não classificar “logo à partida como paganismo”. Esta religiosidade manifesta uma abertura ao “religioso” e é uma cultura popular que “tem uma matriz cristã”. O Bispo de Santarém rejeita portanto a ruptura, mas também a confusão que se pode estabelecer, devendo por isso haver “uma coerência entre a festa em honra de um padroeiro e os seus elementos da festa”. Da parte das Comissões deve sim, “haver uma ligação maior com a paróquia”, revelando à Agência ECCLESIA a existência de comissões “completamente à margem da proposta da Igreja”. D. Manuel Pelino não nota, de qualquer forma, “resistência ao esclarecimento dos elementos e da importância dos conceitos religiosos”, dando conta que “às vezes falta conhecimento, porque quando explicado, as comissões aceitam os critérios cristãos”. Estes podem ser momentos de evangelização. Muitas pessoas “têm ainda uma fé pouco esclarecida, mais próxima de um sentimento do que de uma convicção”, aponta o Bispo de Santarém, que dá conta que “em algumas paróquias estas manifestações de religiosidade popular podem ser a expressão mais importante da sua fé”. Por isso “não se pode negar que seja uma manifestação de fé”, sublinhando no entanto, não ser “uma fé esclarecida”, mas de “uma religiosidade natural, que devemos acolher, purificar e evangelizar”. O estereótipo de considerar que estas manifestações apenas ganham terreno junto de populações menos esclarecidas “não é verdade porque mesmo junto de camadas académicas são também tocadas por estas manifestações, abrindo assim caminho para a fé”. A religiosidade popular tem, por isso, o “seu lugar, se forem acolhidas e esclarecidas”, desenvolvendo depois “um certo itinerário”, de forma a que não se fique no rito, mas “perceber o significado que esse rito tem”, dando assim “coerência e unidade às festas religiosas”. No trabalho já realizado conta-se um encontro com mais de 100 membros das Irmandades/Confrarias da Diocese, em Fevereiro de 2006. Na altura, D.Manuel Pelino indicou que “a espiritualidade, é, verdadeiramente, a alma das Confrarias. Qualquer actividade, desde o cuidar da beleza e dignidade da Liturgia, até ao estar atenta às dificuldades dos Irmãos, exige vida interior, vida de oração. Os próprios actos externos, como a Procissão, mostram a transcendência da vida humana. São representação do mundo invisível da Fé”. Mais recentemente, no passado mês de Maio, cerca de 80 membros das Comissões de Festas Religiosas (ou dos Organismos Paroquiais), reuniram-se com D. Manuel Pelino, tendo sido sublinhado que “a própria parte cultural, numa Festa Religiosa, exige ser executada de uma forma digna e também, não ser tão onerosa economicamente, que crie o risco de acabar com a própria Festa”. Logo que seja possível, irão ser emanadas algumas orientações para ajudar as Comissões das Festas Religiosas.

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Agência ECCLESIA

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