Diocese de Leiria-Fátima pronta para partir

150 na JMJ Durante aproximadamente uma semana, Colónia será o “centro do mundo”, no qual milhões de jovens centrarão as suas atenções. A busca incessante por uma palavra de esperança e de vida, levará milhares de jovens a percorrer os caminhos dos Magos, seguindo a “estrela” que sempre os orienta, a Igreja, na pessoa do Papa. Da diocese de Leiria-Fátima peregrinarão cerca de 150 jovens, ansiosos por escutar o “Papa Bento”, como é conhecido. As Jornadas Mundiais da Juventude, mais do que mero “turismo religioso”, são um acontecimento que transforma a vida das pessoas. Foi isso mesmo que testemunharam a “O Mensageiro” alguns dos participantes nas jornadas. 1 – Vais a Colónia? 2 – Porquê participar nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ)? 3 – Já participaste em edições anteriores? Quais? 4 – Em que medida influíram na tua vida? 5 – O que te leva, como a milhares de jovens, a ir ao encontro do papa, que é um “cota”? 6 – Em Roma (2000), João Paulo II afirmou que os jovens são os “incendiários do terceiro milénio”. Neste sentido, o que é que precisa de ser “incendiado” na sociedade de hoje, pelos cristãos, ou aqueles que são chamados a sê-lo? Diana Marto, 17 anos 1: Com muito gosto! 2: Por várias razões. Em primeiro lugar, porque são um legado de João Paulo II, que era quem eu esperava encontrar em Colónia. Deus quis de forma diferente, como todos sabemos. Depois, pelo testemunho de felicidade, partilha, oração e comunidade de outros que nelas já participaram, outro grande incentivo. E o inevitável gosto de “aventura” também se faz sentir: poder estar com tantos outros jovens (e não só!) unidos por um objectivo comum, orar por nós e pelo próximo. É como Peregrina que pretendo participar nesta Jornada. Contudo, seria mentir se dissesse que não vou, também, como turista, dado que Colónia é uma cidade que nunca visitei e cuja história e arquitectura me atraem. 3: Não, só agora tenho idade para tal. 4: Embora não tenha alguma vez participado numa Jornada, a sua realização, e aquilo a que pude aceder sobre elas (especialmente testemunhos, imagens, vídeos), fazem-me pensar seriamente sobre o estado da Juventude, e sobe algumas coisas que se têm dito sobre ela. Está a afastar-se dos valores cristãos, da oração, das suas comunidades? Rejeita outros credos? É egoísta? Penso que as Jornadas têm mostrado que não. E o facto de saber que, tal como eu, muitos jovens gostam de Cristo e de estar com Ele, faz-me não sentir sozinha. 5: Como disse, esperava ir ao encontro de João Paulo II. Foi à sua figura benigna que me acostumei a chamar de Santo Padre, foram muitas das suas palavras de Cristão que mais me incentivaram tornar-me catequista e membro de um Grupo de Jovens. É alguém de quem gosto muito, tanto pelo que fez pela Igreja como o que, de forma especial, fez pelos Jovens. Era esse “espírito jovem” que esperava encontrar, não um “cota”. Ainda é cedo, bastante cedo, para avaliar a postura de Bento XVI para com os Jovens. Não espero que seja um segundo João Paulo II mas, as expectativas são bastante elevadas quanto ao seu desempenho enquanto Pastor. 6: Corações. Correndo o risco de cair em lugares-comuns, penso que muitos são os corações frios e empedernidos espalhados por esse mundo fora. São esses os corações que precisam de contactar com um Fogo que lhe ilumine um pouco o Caminho, e lhes mostre as verdadeiras cores da Vida. Não me refiro aos diferentes credos que existem, mas a situações que facilmente encontramos no dia-a-dia: idosos abandonados, crianças sem afecto, comunidades deficientes, pessoas carenciadas, pessoas que se recusam a ver as necessidades do Mundo que as rodeia. Não quero com isto dizer que tenham de ser (apenas) os Jovens a actuar… Penso que o que João Paulo II quis dizer foi que os Jovens devem alimentar o Fogo de Amor que existe, e levá-lo consigo sempre que puderem. Nuno Antunes, 29 anos 1: Infelizmente não. 2: … 3: Sim – Denver (1993), Loreto (1995), Paris (1997) e Roma (2000). 4: Posso afirmar que ainda hoje influem na minha vida, todas as imagens, ambientes e palavras que escutei. A estas jornadas, ou mais concretamente ao encontro através delas com o Cristo que sempre me falaram, mas que nunca tinha conhecido, devo a minha saída da total alienação e da procura incessante pela satisfação pessoal, fruto da minha insatisfação pela vida. Devo também a descoberta da minha vocação ao matrimónio, e os três filhos que tenho. Por último, devo a certeza que me foi dada nestas jornadas, de que Deus existe e não está longe, mas bem perto de mim e de cada um de nós. 5: O que me levou a mim e leva milhões e não milhares de jovens ao encontro com o Papa, é o facto da juventude não encontrar sentido para viver nem qualquer resposta para o seu sofrimento. Os modelos de Homem perfeito que a sociedade apresenta e impõe, ainda que alguém os concretize não dão resposta à insatisfação, basta analisar as elevadas taxas de suicídios nos países mais desenvolvidos. O Papa, figura de Cristo na Terra, fala com autoridade do Alto e com a experiência de 2000 anos, daquilo que a sociedade e o demónio ainda não conseguiram roubar a toda a juventude: a certeza de que só seremos felizes e teremos um sentido na vida quando amarmos e formos amados sem qualquer condição e isso está ao nosso alcance através de Jesus Cristo. 6: O que precisa de ser incendiado é a cultura de morte, egoísmo e egocentrismo em que vivemos. O mundo já está a ser incendiado: quando vejo famílias cristãs que se abrem à vida e têm bastantes filhos, e rompem assim o egoísmo e incomodam muita gente, pessoas que deixam de trabalhar para cuidar dos seus pais na velhice ou dos seus filhos nos primeiros anos de vida em vez de pagarem a alguém para fazê-lo, jovens que descobrem a sua vocação ao sacerdócio e deixam a vida estável pela qual tinham lutado. O incêndio já começou e, com a próxima jornada mundial, novas frentes surgirão, e nada o poderá apagar, como na liturgia do 18º Domingo comum, “nada nem ninguém nos poderá separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus”. Vasco dos Santos, 26 anos 1: Sim. 2: Pela oportunidade de participar na comunhão juntamente com os jovens de todo o mundo. 3: Sim, em Paris (Agosto de 1997). 4: Os meus horizontes ficaram mais alargados, a minha vida enriquecida pela experiência e isso pode ser visto no dia-a-dia, na minha relação com as outras pessoas, na aceitação das suas diferenças e limitações. 5: O Papa não é um “cota”… é um jovem com mais experiência de vida que nós! O nosso querido Papa João Paulo II não era nenhum “cota”, e podemos ver isso na capacidade que ele teve de aproximar os jovens da Igreja. O Papa Bento XVI era muito próximo de João Paulo II e, apesar de não o conhecer muito bem, dá para perceber que tem as mesmas ideologias que o seu antecessor. Não se trata apenas de ir ao encontro do Papa, mas também ao encontro de nós próprios! 6: O que precisa ser “incendiado” na nossa sociedade é a mentalidade que nos denominou de “Geração Rasca”. Já dêmos provas de que seremos um bom futuro para a sociedade, mas aqueles que pensam que a Igreja continua a ser apenas um edifício de pedra e madeira têm de “arder”, têm de compreender que a Igreja é feita de pessoas e que pode ser celebrada em qualquer lugar, onde dois ou mais cristãos se reunam em nome de Jesus. 1 milhão percorre o caminho dos Magos “Viemos Adorá-lo”. É este o tema da XX Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terá lugar na cidade alemã de Colónia, de 16 a 21 de Agosto. Ainda com João Paulo II (o iniciador) presente na memória, cerca de 1 milhão de jovens, de mais de 160 nações, reunir-se-á à volta de Bento XVI, naquela que será a sua primeira deslocação fora de Itália. Numa altura em que o velho continente (Europa) vai tentando negar as suas raízes, em que a busca pelo sentido da vida é cada vez mais intensa, sobretudo nos mais novos, a Igreja continua a dedicar, com estes encontros, especial atenção à juventude. A última mensagem do Concílio Vaticano II, que 40 anos depois continua actual, é prova disso mesmo (ver caixa). Para esta JMJ, e em jeito de preparação, o cardeal Joachim Meisner, arcebispo de Colónia, desafiou os jovens a mostrar, sem medo, ao mundo o rosto de Cristo. “Tendes que vir como os Reis Magos. Trazei convosco outras pessoas, não venhais sós. Se nos reunimos em seu nome, Jesus estará entre nós. Temos que mostrar ao mundo o rosto de Cristo”, referiu recentemente. A Colónia, onde são veneradas, segundo uma tradição piedosa, as relíquias dos Magos, peregrinarão cerca de 3 mil jovens portugueses, dos quais 150 da diocese de Leiria-Fátima. 20 anos de história e de fé A ideia da JMJ é iniciativa pessoal do Papa João Paulo II. Em 1983/84 a Igreja Católica celebrava o chamado extraordinário “Ano Santo”, a recordar a Morte e Ressurreição de Jesus Cristo 1950 anos antes. Pouco antes da Páscoa do ano de 1984, no final do “Ano Santo”, o Papa convida os jovens de todo mundo a celebrarem o Domingo de Ramos, em Roma. Entusiasmado pelo elevado número de participantes, o Papa escolhe o ano seguinte (Ano da Juventude), para voltar a convocar novo grande encontro juvenil em Roma. Até hoje, já se realizaram 19 Jornadas Mundiais da Juventude, das quais 8 foram encontros internacionais: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000) e Toronto (2002). Pedro Jerónimo ”O Mensageiro”, semanário da Diocese de Leiria-Fátima

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