A Diocese de Bragança-Miranda manifestou ontem preocupação perante uma vaga de furtos de arte sacra depois de dois assaltos em que desapareceu a imagem de um dos mais emblemáticos padroeiros da região. Os devotos de Santo Antão da Barca, em Alfândega da Fé, deram pela falta da imagem do padroeiro na última sexta-feira, 8 de Junho. Ninguém sabe ao certo quando terá ocorrido o assalto em que desapareceram também uma outra imagem, castiçais e pequenas peças religiosas.Há anos que os devotos de Santo Antão da Barca tentam proteger o padroeiro das águas da projectada barragem do Sabor, que está dependente da decisão de Bruxelas sobre queixas de associações ambientalistas. O santuário ficará submerso pela albufeira, o que gerou alguns receios dos crentes, apaziguados pelas garantias dos técnicos de que o complexo religioso será transferido de lo cal pedra por pedra. Os atrasos no processo da barragem são para os fiéis garantia de que ainda vão desfrutar do local de culto por vários anos, mas falta agora o principal elemento, a imagem do santo. Este é o segundo assalto, em pouco mais de um mês, a santuários isolados na Terra Quente Transmontana. O primeiro ocorreu em Grijó, Macedo de Cavaleiros, segundo disse à Lusa o presidente da Comissão de Arte Sacra da Diocese de Bragança-Miranda, Delfim Gomes. «Preocupa-nos que esteja a começar na nossa Diocese o que se passou há uns anos no Alentejo», frisou. Os dois assaltos estão a ser investigados pela Polícia Judiciária, que é parceira da Diocese num processo de levantamento e inventariação de todo o património religioso. Redacção/Lusa