D. António Vitalino aponta prioridades para a acção da Igreja, junto das famílias e dos desempregados A diocese de Beja está empenhada em dar resposta às dificuldades que a crise económica e social tem agudizado nas suas comunidades. Uma região do país que sempre conheceu a desertificação, a extensão e o isolamento, quando a população vivia quase exclusivamente do sector primário. “As dificuldades não são novas”, reconhece D. António Vitalino, Bispo de Beja, lembrando a tarefa constante de fixar os jovens numa terra onde escasseia o trabalho e os projectos. “A maioria da população vive do sector terciário e a agricultura não atrai a juventude”, explica à agência ECCLESIA. A crise veio apenas agudizar as dificuldades. Os desempregados e os imigrantes “afligem as comunidades já de si simples e sem grandes recursos”. D. António Vitalino regista mais pedidos de ajuda e “conhecimento de pessoas em maiores dificuldades. Famílias onde falta o salário mensal que impede a resposta aos compromissos que se tinham”. Por isso, como resultado da reunião do Conselho Pastoral da diocese, o bispo aponta a necessidade de “não apenas celebrar a fé, mas estar atentos à vida real das pessoas e ter as comunidades sensibilizadas para os problemas das famílias e dos desempregados”. “A pastoral dos doentes precisa de uma maior atenção”, frisa o bispo que sublinha ainda, serem caminhos de sempre, “não apenas de resposta à crise”. Sensibilizar os cristãos para uma atitude sócio-caritativa e apostar no voluntariado para “ajudar os sacerdotes e os diáconos, apostando também na formação das pessoas” são caminhos que reuniram o consenso entre os responsáveis pela pastoral de Beja. A crise económica e financeira deve “tornar-nos mais solidários e levar-nos a uma melhor organização dos serviços sócio-caritativos da diocese”. D. António Vitalino encontrou “um conselho vivo, com entusiasmo e empenho”, formado para o novo triénio, que procurou respostas para a diminuição dos sacerdotes, para a desertificação e extensão da diocese. D. António Vitalino pede uma reestruturação”. D. António Vitalino não esconde o desejo de até 2010 realizar um Sínodo diocesano. “Espero que durante este ano possamos fazer uma inventariação para a sua convocação”, afirma. Com o Sínodo, o bispo diocesano espera envolver todas as comunidades “para que percebam que a Igreja não pode ser clerical, dependente do clero, mas é ministerial onde todos os cristãos se sentem corresponsabilizados na missão da Igreja”. O bispo de Beja frisa que “mesmo sendo pobres e pequenos precisamos de dar sinais de vida. Deixar para trás respostas do passado e celebrar com vida”.