Diocese de Beja quer passar da teoria à prática

Os elementos do Conselho Pastoral da diocese de Beja estiveram a reflectir sobre as prioridades na evangelização naquele território eclesial e sobre o mensagem que Bento XVI deixou ao bispos portugueses na visita «Ad Limina». Uma das prioridades é a utilização de “novas metodologias e com meios mais adequados à cultura alentejana” – disse à Agência ECCLESIA D. António Vitalino, Bispo de Beja. A preparação de agentes e as escolas de ministérios são pontos “muito importantes para chegarmos juntos das pessoas” – realçou. Depois de verificar que os homens alentejanos e os jovens “não vão à igreja”, o bispo de Beja apela aos agentes da pastoral para que saiam e “vão ao encontro das pessoas”. O homem alentejano tem “valores religiosos”, mas “não tem o hábito de os celebrar na comunidade eclesial”. A realização de um sínodo diocesano é um sonho do prelado alentejano. Datas ainda não existem, mas estava “previsto para 2010”. E confessa: “caminhamos lentamente e as metas que planificamos nem sempre são postas em prática”. Realizado no passado dia 12 deste mês, o Conselho Pastoral deve “sintonizar todos os agentes e a igreja diocesana nos percursos de evangelização” – afirmou D. António Vitalino. Em data anterior, foi enviado a todos os conselheiros um questionário com o objectivo de fazer um levantamento da situação no que se referia; “às deficiências de comunhão e participação; ao lugar dos leigos na evangelização, na acção social, na liturgia, na administração e nos órgãos colegiais; à formação” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. António Domingos, vigário geral da diocese. Os conselheiros procederam a uma reflexão por grupos com o intuito de encontrar “respostas adequadas e eficazes às deficiências verificadas” – avançou. Durante a sessão foram colocadas também quatro questões. “Que propostas para que os cristãos sejam mais e melhor integrados na vida e na organização das comunidades cristãs”; “Que propostas para sensibilizar, fortalecer e incentivar os órgãos de participação das paróquias”; “Que passos dar para que o clericalismo dê lugar a uma igreja de Comunhão” e “Como podemos garantir aos leigos, roteiros de formação adequada com o progresso de uma fé consistente”. O vigário geral sublinha que “é fundamental colocar em prática os resultados das reflexões”. E avança: “não basta dizer somente coisas bonitas”. Para ultrapassar esta deficiência, o Pe. António Domingos apela a um “investimento na formação do clero e na formação de leigos”. Em relação ao excesso de clericalismo, o sacerdote de Beja realça que os padres “têm dificuldade em arranjar leigos com qualidade”. Como não os encontram são os próprios que fazem as tarefas. E conclui: “temos muitas paróquias onde os padres fazem tudo”.

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