Diocese de Beja premiada pela Fundação Calouste Gulbenkian

Salvaguarda e requalificação do património histórico e religioso está na base do reconhecimento O Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja foi distinguido com o Prémio Vasco Vilalva 2008 pelo seu contributo em defesa do património religioso da região, sobretudo através da recuperação de igrejas históricas, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian. O prémio será entregue esta Terça-feira, 3 de Fevereiro, às 11h30, na Sala do Capítulo do Convento de S. Francisco (actual Pousada), na presença da condessa de Vilalva, do Bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas; do Bispo Emérito, D. Manuel Franco Falcão; do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Emílio Rui Vilar e da administradora Teresa Gouveia. Trata-se do reconhecimento de um trabalho de 25 anos, “essencialmente feito por voluntários numa diocese predominantemente rural e desertificada”, explica José António Falcão, Director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHADB) à Agência ECCLESIA. Mas este reconhecimento tem também outras dimensões. O DPHADB desenvolve sobretudo a salvaguarda, o estudo e a valorização do património cultural do Baixo Alentejo. O director aponta a dimensão pedagógica que o prémio pode ter no sentido de “alertar a opinião pública e a sociedade em geral para a importância que o património religioso tem no universo do património cultural português”. Este prémio “valoriza a excelência do património da região, com uma diversidade e uma multiplicidade de aspectos que o tornam referência europeia”. José António Falcão assume o prémio como um sinal de esperança “na preservação do mundo rural, claramente ameaçado”. Desertificação humana, o declínio das actividades produtivas tradicionais “não criando nem fixando activos humanos e o património sem pessoas dificilmente sobrevive”, mas também a necessidade de reabilitar edifícios que não têm uso cultual e se encontram fechados 365 dias por ano, entre problemas recorrentes, como os furtos e o vandalismo, são a realidade encarada pelo DPHADB. O seu trabalho não se limita ao âmbito rural. Incide também na área urbana de Beja, assim como em outras cidades e vilas da região. Mas actualmente, “é sobretudo no património rural que o trabalho se repercute, pois são locais onde se sentem maiores ameaças”. Reconhecendo que o património não vive por si, José António Falcão indica ser necessário atrair público e criar hábitos culturais. “O património é um veículo para uma realização mais profunda das pessoas”. Sendo um departamento da diocese da Igreja Católica, este trabalho é também um importante “instrumento de evangelização”. O esforço feito tem colhido respostas positivas. O director do departamento frisa maior afluência de pessoas “a circular pelas igreja históricas do Baixo Alentejo, mas também a participar das actividades que se realizam na região”, exemplo do «Festival Terras sem Sombra» que vai já na sua 5ª edição. A Fundação Calouste Gulbenkian é actualmente uma das principais fundações europeias. “O que notabiliza, ultrapassa fronteiras”, sublinha José António Falcão que sublinha ainda o reconhecimento como “um estímulo para que outras organizações da sociedade civil continuem a desempenhar a sua função”. “Não podemos esperar que seja apenas o sector público a encarregar-se do património, que diz respeito a todos”. O director do DPHADB acrescenta ainda que “a Europa tem experiências muito interessantes nesta área a que Portugal, pouco a pouco, se vai juntando com êxito”. O Prémio Vasco Eugénio de Almeida, Conde de Vilalva – mecenas a quem a arte e a cultura do país muito devem –, destinando-se a assinalar intervenções exemplares em bens móveis e imóveis de valor cultural que estimulem a preservação e a recuperação do Património. O Prémio Vasco Vilalva 2008 é a quarta distinção atribuída ao DPHADB, depois do Prémio Europa Nostra para a Salvaguarda do Património Cultural, atribuído pela União Europeia, em 2005. O DPHA já tinha sido distinguido pelo Ministério da Cultura, com a Medalha de Mérito Cultural, em 2001, e pela Câmara de Beja, com a Medalha de Mérito Municipal, em 2001. Notícias relacionadas Festival «Terras sem Sombra» propõe viagem ao Barroco português

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