Dinamismo do «Não» imune a críticas

Um mês antes do referendo, os portugueses estão mobilizados na defesa da vida. Um mês antes do referendo ao aborto (11 de Fevereiro) e um dia antes da entrega das assinaturas na Comissão Nacional de Eleições, Margarida Neto, da Plataforma «Não Obrigada» disse à Agência ECCLESIA que está “satisfeita com a mobilização dos portugueses” sobre esta temática. Cada grupo tem a “sua maneira de funcionar” todavia, o que une os vários movimentos pelo «Não» ao aborto “é a convicção de como se deve votar no referendo”. E acrescenta: “só isto representa a defesa da vida e a defesa da mulher”. Ao nível da sensibilização e campanha nos vários lugares de norte a sul do país, Margarida Neto salienta que cada grupo é autónomo mas “a estratégia passa pela linguagem moderada”. Os grupos devem esclarecer os portugueses sobre a “questão em causa”. Com 15 grupos oficialmente constituídos, o triplo do movimentos defensores do «Sim» Margarida Neto confidenciou que, se esse triplo significasse votos, o «Não» ganhava. Como as contas não se fazem antes do referendo, a mandatária da plataforma «Não Obrigada» acrescenta: “há um grande empenhamento e dinamismo no terreno” e “aprendeu-se muito com o referendo de 1998”. E conclui: “acredito que se houvesse mais dias, mais grupos surgiriam”. Na passada terça-feira, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) “regozijou-se” com a criação de diversos movimentos em todas as Dioceses do país para a campanha pelo “Não” no próximo referendo ao aborto. D. Carlos Azevedo, secretário da CEP, assinalava que, através destes movimentos, há “esclarecimento das consciências”. Este responsável destacou a criação do “Positivamente Não”, dinamismo que congrega grupos e associações de leigos do Porto. Estes movimentos e associações laicais apresentaram o folheto “10 semanas, 10 questões – Um Exercício de Amor”, que, segundo D. Carlos Azevedo, deverá ser adoptado “pela maioria das Dioceses portuguesas”. A própria CEP também edita um desdobrável, no qual apresenta 5 razões para o “Não”, a partir do documento “Razões para escolher a vida”, de Outubro de 2006 (www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=38286). Quanto à mobilização da Igreja Católica, cada Bispo, na sua Diocese, “verá o modo melhor de actuar”, para “sensibilizar e formar as consciências”, afirmou D. Carlos Azevedo, lembrando que essa foi, desde o princípio, a “opção estratégica” da CEP. A caminho dos 16 Apesar do distrito de Castelo Branco “ser problemático” e de “haver algum atraso da nossa parte”, o «Movimento Pela Vida-Sempre» está esperançado em angariar as 5 mil assinaturas para entregar, amanhã (12 de Janeiro), na Comissão Nacional de Eleições (CNE). Celeste Capelo, uma das mandatárias deste grupo cívico com sede na cidade albicastrense, disse à Agência ECCLESIA que houve dificuldades de comunicação e, algumas listas, foram entregues noutros organismos diocesanos. Sendo um distrito “maioritariamente socialista”, algumas pessoas não se quiseram comprometer pelo não ao aborto “com receio de perder o emprego”. Conseguirem adquirir as assinaturas necessárias – “a esperança é a última a morrer” – passavam a ser 16 grupos cívicos com tempo de antena que defendem o não ao aborto. O tempo de Natal e Ano Novo também não favoreceu o “trabalho mobilizador” – realça Celeste Capelo. Só depois da marcha pela paz, presidida pelo bispo da diocese, D. José Alves, é que houve “uma maior mobilização” mas ainda existem concelhos do distrito onde a questão “é pouco reflectida”. Ao meio dia de 11 de Janeiro este grupo tinha cerca de três mil assinaturas mas se não conseguirem atingir o objectivo central não desistem “continuamos – através de acções de formação – a apelar à vida” – frisou a mandatária deste grupo. O empenho é crescente e os textos publicado num blogue defensor do «não» (http://bloguedonao.blospot.com) já deu origem a um livro. «BdN – Blogue do Não – Aborto: dez semanas de argumentos» é o título da obra que estará disponível nas livrarias no final da próxima semana, com prefácio de Matilde Sousa Franco.

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