Dimensão social da Igreja não pode ser esquecida

Congresso Diocesano no Porto A Diocese do Porto promoveu, neste fim-de-semana, um Congresso Diocesano sobre Doutrina Social da Igreja. Para D. Armindo Lopes Coelho, a iniciativa foi fundamental para frisar que “a Igreja tem uma dimensão social”, na linha do que tem sido feito, ao longo do ano, na Diocese. Entre as várias iniciativas dedicadas à dimensão social, na Diocese do Porto, contam-se neste ano pastoral um encontro com os grupos de acção socio-caritativa, bem como um momento de reflexão com o Conselho Presbiteral. “Entendemos que há necessidade não só de reatar uma tradição, que é a Doutrina Social da Igreja, mas também de falar em nome dessa mesma Doutrina”, referiu o Bispo do Porto ao programa ECCLESIA. A este respeito, o prelado lamentou “um certo parênteses” que se viveu nesta matéria. D. Armindo Lopes Coelho homenageou, neste sentido, João Paulo II por ter vindo “retomar o tema, dando-lhe grande desenvolvimento”. O Congresso contemplou, no seu programa, vários pontos do Catecismo Social da Igreja Católica, da Família à Ecologia, da solidariedade ao modelo social europeu. A conferência inicial esteve a cargo do Pe. Jean-Yves Calvez, um especialistas nesta matéria, que analisou o que é hoje a Doutrina Social da Igreja. “A doutrina social da Igreja, sem abandonar o terreno da organização económica e social, o da relação entre capital e trabalho, desenvolve-se agora, cada vez mais, nos domínios do acesso de todos os homens aos bens mais importantes e mais raros e no da abertura do mundo às populações em grande necessidade”, explicou. Para este especialista, “importa agora que a Igreja toda inteira, todos os cristãos, reflictam nas formulações do novo direito, hoje indispensável para que a justiça se instale a estes níveis”. “É necessário que estes problemas sejam objecto de estudo aprofundado, de reflexão, de discussão, sem se dizer, como o fazemos demasiadas vezes ainda: eles são complicados, demasiado complicados para serem algum dia resolvidos”, acrescentou. Arlindo Cunha, ex-eurodeputado e ex-ministro, disse que o momento de pressão económica que se vive na União Europeia poderá comprometer o modelo social europeu. “Infelizmente os poderes públicos, quer da União Europeia quer dos vários países que a integram, têm olhado pouco para isso, têm olhado mais para o politicamente correcto da parte das políticas económicas e financeiras mas menos para essa parte dos valores da família, das pessoas, da solidariedade”, explicou à RR.

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