Dificuldades da vida sacerdotal são uma oportunidade, diz Bispo de Aveiro

Diocese celebrou a ordenação de um novo padre e seis diáconos

As dificuldades vividas pelo clero não devem ser motivo para um recuo na fé, constituindo antes o fundamento de uma ligação mais profunda a Cristo.

Durante a homilia da missa do último Domingo, em que foram ordenados seis diáconos permanentes e um padre, o bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, afirmou que "a experiência do limite, da fragilidade e da ansiedade perante o excesso do trabalho, as exigências do tempo, os desafios da cultura, as incompreensões do mundo não nos lançam para fora da fé".

Para o prelado, os espinhos da vida sacerdotal são uma oportunidade para aprofundar a relação com Cristo, cujo sofrimento na cruz, além de ser sinal de uma existência plena,  é porta de passagem para a vida eterna

 

Dos profetas à actualidade

A defesa dos mais fracos e a preferência pelos espaços mais próximos das pessoas, assim como a disponibilidade, a sobriedade e o despojamento foram algumas das características do profeta Amós, dos apóstolos e de S. Paulo que foram evocadas pelo presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios.

Depois de referir que os padres são "herdeiros desta mesma missão", D. António dos Santos recordou que o anúncio da mensagem cristã, "que liberta dos males que (…) agravam as feridas da vida", é uma tarefa "irrenunciável e insubstituível da Igreja".

"É de redenção que o mundo precisa. É de Deus que a humanidade carece. São profetas da esperança que o mundo aguarda", declarou o bispo de Aveiro. Para responder a estas exigências, é preciso que os padres sejam "servidores do povo", "humildes, constantes e generosos".

 

Contributo dos cristãos para a resolução da crise

Durante a intervenção, o bispo de Aveiro aludiu à influência que os cristãos devem ter "para que possa surgir deste tempo de crise e de apreensão um mundo melhor".

A oração foi primeira atitude mencionada pelo prelado, no seguimento dos ensinamentos da última encíclica de Bento XVI, «Caritas in veritate». Ao rezar para que Deus conceda ao mundo um "amor cheio de verdade", a Igreja manifesta a convicção de que a sua origem não está na humanidade.

Por outro lado, esta atitude "contribuirá para um desenvolvimento humano, integral e sustentado que outras instâncias procuram promover de forma diversificada". O perdão, o acolhimento e a "caridade inventiva" devem estar presentes na resolução das "dores humanas" e das "situações de injustiça da sociedade".

O bispo de Aveiro comparou a acção dos padres com a de um agricultor que deita a semente à terra, sabendo de antemão que a colheita pode estar distante.

 

Novos milagres de Deus

Ao situar as ordenações no contexto do Ano Sacerdotal, D. António dos Santos recordou que elas são uma oferta que Deus concede à Igreja. Por outro lado, chamou a atenção para a necessidade de as comunidades contribuírem para que os jovens dêem "respostas decididas e fiéis ao chamamento" de Deus.

A missão dos sacerdotes é animada pelos "testemunhos de doação, de sabedoria e de santidade" dos padres que contribuíram para a edificação dos 70 anos da diocese, e que "nos ajudaram a ver mais longe e a descobrir os segredos de Deus", referiu o prelado.

Depois de evocar a importância das famílias, dos párocos, das comunidades e do Seminário no percurso do novo padre e dos diáconos, o bispo de Aveiro considerou que as ordenações são "os novos milagres de Deus para os tempos de hoje e para o mundo contemporâneo".

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Agência ECCLESIA

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