Dias de liberdade

É nessa “revolução” que interessa participar: a que promove o bem comum. Não é necessário outra!

A sociedade ocidental vive da conquista de liberdades, da capacidade que pessoas e instituições têm de poder escolher. Felizmente as atuais gerações fazem parte dessa “tribo”, traduzida no exercício da democracia. Não apenas a que permite ser governo ou oposição, mas também a que enquadra toda a organização social em eleições, mesmo aquelas mais ou menos previsíveis.

Um regime positivo, assumido como o melhor para proporcionar a dignidade de vida a todos os cidadãos, onde a instrução pessoal e a proteção social são indicadores centrais. Portanto, um modelo de organização da sociedade a defender.

A excessiva proximidade a qualquer realidade impede a sua valorização.

Não criar distanciamentos críticos gera indiferença, permite o desgaste, cria demasiadas zonas cinzentas. Também no que se refere a este bem cultural maior, a liberdade.

Recordar o 25 de abril, rever imagens e depoimentos, ouvir o ambiente das ruas desses tempos tem de ser uma ocasião para motivar a participação de cada cidadão na construção de uma sociedade mais justa. E é nessa “revolução” que interessa participar: a que promove o bem comum. Não é necessário outra!

O direito ao trabalho/emprego é justamente um dos estandartes das sociedades em liberdade. No entanto, o crescimento dos índices de desemprego indica que algo vai mal na organização desse bem maior da democracia.

Na Doutrina Social da Igreja, não se defende apenas o direito ao emprego nem o trabalho é apresentado exclusivamente no sentido “objetivo e material”. Mas afirma-se que o trabalho é uma “atividade que exprime sempre a pessoa”, um meio onde encontra a realização de uma “vocação natural e sobrenatural” (CDSI, 101).

Se o direito ao trabalho se distanciar do dever de descobrir e concretizar um projeto de vida, o mundo laboral pode fragilizar a organização social das sociedades livres, cada vez mais atingidas pela impossibilidade de garantir emprego para todos e pela limitação de oferecer proteção social a quem cai no desemprego.

Os dias de liberdade exigem, assim, que dois princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja estejam entre as prioridades de todos os cidadãos: a construção do bem comum e a possibilidade de um trabalho que seja a realização de um itinerário vocacional.

 

 

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