Encontro aconteceu horas antes do atentado em Paris contra jornal satírico
Cidade do Vaticano, 07 jan 2015 (Ecclesia) – Uma delegação de responsáveis islâmicos franceses, “comprometidos com o diálogo islâmico-cristão”, participou hoje na audiência pública semanal do Papa, no Vaticano.
Francisco dirigiu-se a eles, em francês, e deixou votos de que todos prossigam “com coragem” o seu compromisso “ao serviço da paz, da fraternidade e da verdade”.
A delegação religiosa chegou esta terça-feira a Roma, onde se vai encontrar com o presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, o cardeal Jean-Louis Tauran e seus assessores.
Desta delegação fazem parte o reitor da Mesquita Othman, de Villeurbanne; o reitor da Grande Mesquita de Bordéus; o presidente de Honra da União das Mesquitas Francesas e o diretor do Instituto Al Ghazali, da Grande Mesquita de Paris.
A passagem pelo Vaticano termina esta quinta-feira e os quatro responsáveis vão visitar, por exemplo, a Basílica de São Pedro, os museus do Vaticano, a Capela Sistina ou o Instituto Pontifício de Estudos Árabes e Islâmicos.
A Rádio Vaticano informa ainda que os responsáveis islâmicos franceses estão a ser acompanhada pelo presidente do Conselho para as Relações Inter-religiosas da Conferência Episcopal Francesa, D. Michel Dubost, e pelo diretor do Serviço Nacional para as relações com o Islão, o padre Christophe Roucou.
O encontro com o Papa aconteceu num dia em que pelo menos doze pessoas foram mortas durante um tiroteio em Paris, contra as instalações de um jornal satírico francês.
Entre as vítimas estão dois agentes da polícia e vários jornalistas do semanário ‘Charlie Hebdo’, de acordo com a procuradoria da capital francesa.
O presidente francês, François Hollande deslocou-se ao local e qualificou o ataque como "um ato terrorista", de uma “barbárie excecional”.
Em 2007, o jornal tinha sido um dos que reproduziu 12 caricaturas de Maomé.
Num vídeo divulgado na internet, é possível ouvir os autores do ataque a gritar 'Allahu akbar' (Deus é Grande, em árabe).
Após o encontro com o Papa, Tareq Oubrou, reitor da Mesquita de Bordéus, disse à agência I.MEDIA que a comunidade muçulmana tem de "revoltar-se" e manifestar o seu "desgosto" perante a tomada do Islão por "loucos".
RV/CB/OC
Notícia atualizada às 13:00
