Vaticano e Emirados Árabes Unidos promovem evento conjunto, durante a Expo Dubai
Cidade do Vaticano, 03 fev 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco e o grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, vão assinalar esta sexta-feira o II Dia Internacional da Fraternidade Humana, com uma mensagem em vídeo, anunciou hoje o Vaticano.
Os dois responsáveis associam-se ao evento que o Vaticano e os Emirados Árabes Unidos promovem para esta data, na Expo Dubai, a ‘Mesa Redonda para a Fraternidade Humana e a Aliança Mundial para a Tolerância’
A Santa Sé vai ser representada presencialmente pelo cardeal Ayuso Guixot, presidente do Conselho Pontifício para o diálogo inter-religioso, numa iniciativa organizada conjuntamente pelo Ministério da Tolerância e Coexistência dos Emirados Árabes Unidos e do Alto Comité para a Fraternidade Humana, com o apoio da Santa Sé e da Universidade de Al-Azhar, a mais prestigiada instituição do Islão sunita.
A principal celebração será realizada no ‘Pavilhão da Sustentabilidade’.
“O Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso convida todos a participar, como achar conveniente, na celebração do Dia Internacional da Fraternidade Humana, em resposta à exortação do Papa Francisco e do grande imã Al-Tayyeb para trabalharmos juntos na superação dos desafios que a humanidade enfrenta”, indica o comunicado divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé.
O Vaticano espera que a celebração ajude a “promover, apoiar e encorajar comunidades e pessoas de todo o mundo a ser, juntos, verdadeiros mensageiros de unidade, solidariedade e fraternidade”.
Em declarações ao portal ‘Vatican News’, o presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, apresenta o Pavilhão da Santa Sé na Expo Dubai.
“Pensemos numa espécie de átrio dos Gentios sobre o tema do silêncio, comum à meditação árabe e também budista”, refere.
O Pavilhão foi projetado para que “os visitantes experimentem o que significa fraternidade, amizade, diálogo, encontro e a força das trocas entre culturas”.
O ponto de partida de toda a exposição – projetada por monsenhor Tomasz Trafny, vice-comissário do Pavilhão e chefe do Departamento ‘Ciência e Fé’ do Conselho Pontifício para a Cultura, e pelo arquiteto Giuseppe Di Nicola – é o encontro entre São Francisco e o sultão Malik Al-Kamil, em 1219; a chegada é o encontro do Papa Francisco com o grande imã de Al-Azhar, a 4 de fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, para a assinatura do documento sobre a Fraternidade Humana.
O cardeal Michael Czerny, prefeito interino do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, aponta ao portal de notícias do Vaticano uma série de desafios que persistem, para concretizar este apelo conjunto de católicos e muçulmanos.
“Temos de viver esta fraternidade humana no nosso relacionamento com migrantes e refugiados, com as vítimas do tráfico, como uma oportunidade de abrir os nossos corações, mãos e vidas para acolher alguém que precisa”, precisa.
O Ministério da Tolerância e Coexistência dos Emirados Árabes promove, na Expo Dubia, o festival ‘Fraternidade Humana em ação’, divulgando a mensagem do Papa Francisco e do grande imã Al-Tayyeb.
De 2 a 5 de fevereiro, cerca de 40 jovens, juntamente com representantes religiosos e políticos, “discutem como implementar os princípios da convivência pacífica e da fraternidade entre pessoas de diferentes culturas e nacionalidades”.
OC
A Declaração de Abu Dhabi, em 2019, condena o terrorismo e a intolerância religiosa.
“Pedimos a todos que deixem de usar as religiões para incitar o ódio, a violência, o extremismo e o fanatismo cego, e que se abstenham de usar o nome de Deus para justificar atos de assassinato, exílio, terrorismo e opressão”, refere o documento sobre a fraternidade humana para a paz mundial e a convivência comum. Católicos e muçulmanos assumem que as religiões “nunca devem incitar a guerra, atitudes de ódio, hostilidade e extremismo”, nem devem incitar à violência ou ao derramamento de sangue. No documento apela-se ao reconhecimento e implementação do conceito de “cidadania plena”, considerando “essencial” que as mulheres tenham direito à educação e ao emprego e liberdade de “exercer os seus próprios direitos políticos”. “Também é necessário proteger as mulheres da exploração sexual e de serem tratadas como mercadorias, objetos de prazer ou de lucro”, pode ler-se. A Declaração de Abu Dhabi assume o “objetivo de encontrar uma paz universal de que todos possam desfrutar nesta vida”, crentes e não-crentes. |
Vaticano: Papa apela ao diálogo entre religiões para promover a paz (c/vídeo)