Diálogo Inter-Religioso: Papa afirma importância de ter líderes mundiais unidos pela paz e «dignidade humana»

«O futuro que perspetivamos — um futuro de paz, fraternidade e solidariedade — exige o compromisso de todas as mãos e de todos os corações» – Leão XIV

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 17 set 2025 (Ecclesia) – O Papa convidou os líderes religiosos e participantes do VIII Congresso de Astana, no Cazaquistão, a criar “uma sinergia pela paz”, desarmada e desarmante, a unirem-se “em defesa dos mais vulneráveis”, da casa comum e da dignidade das pessoas.

“Quando os líderes religiosos se unem em defesa dos mais vulneráveis ​​da sociedade, plantam árvores para cuidar da nossa casa comum ou levantam uma voz unida em apoio da dignidade humana, testemunham a verdade de que a fé une mais do que divide”, escreve Leão XIV, na mensagem divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.

O VIII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, em Astana, a capital do Cazaquistão, realiza-se ao longo de dois dias, hoje e esta quinta-feira, 17 e 18 de setembro, com o tema ‘Diálogo das Religiões: Sinergia para o Futuro’, que para o Papa “é especialmente oportuno”, porque realça “o papel vital do diálogo inter-religioso numa era marcada por conflitos violentos”.

Leão XIV assinala que a sinergia se torna “um poderoso sinal de esperança para toda a humanidade”, revelando que a religião, na sua essência, “não é uma fonte de conflito, mas uma fonte de cura e reconciliação”.

“O futuro que perspetivamos — um futuro de paz, fraternidade e solidariedade — exige o compromisso de todas as mãos e de todos os corações.”

O Papa explica que “sinergia”, na sua essência, “significa trabalhar em conjunto” uns com os outros “como com o Divino”, e todo o impulso religioso autêntico “promove o diálogo e a cooperação”, fundamentados na consciência inata da interdependência que une indivíduos e nações, por isso, trabalhar em conjunto, em harmonia “não é meramente uma escolha pragmática, mas um reflexo da ordem mais profunda da realidade”.

“A Igreja Católica, por sua vez, reconhece e estima tudo o que é ‘verdadeiro e santo’ nas outras religiões (Nostra Aetate, 28 de outubro de 1965, 2). De facto, procura promover uma sinergia autêntica, trazendo os dons distintos de cada tradição para a mesa do encontro, onde cada fé contribui com a sua sabedoria e compaixão únicas ao serviço do bem comum”, desenvolveu.

Para Leão XIV, “sinergia para o futuro”, do título deste oitavo Congresso de Astana “não é um slogan abstrato, mas uma realidade viva que já deu frutos”, e recordou o “histórico encontro de líderes religiosos para oração em Assis”, em 1986, convocado pelo Papa João Paulo II, que demonstrou que “não pode haver paz entre as nações sem paz entre as religiões”, ou o Documento sobre a Fraternidade Humana pela Paz Mundial e a Convivência Comum, assinado pelo Papa Francisco e pelo Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, em Abu Dhabi, em 2019, e este mesmo congresso, mas em 2022, com a presença do pontífice argentino.

“Estes compromissos de alto nível refletem-se em ações concretas: quando acontecem catástrofes naturais, quando os refugiados são forçados a fugir ou quando as famílias sofrem de pobreza extrema e fome, as comunidades religiosas unem-se frequentemente, trabalhando lado a lado para levar alívio e esperança aos mais necessitados”, na mensagem ao Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, publicada pela sala de imprensa da Santa Sé.

CB/OC

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