Viagem prevê encontros com representantes islâmicos e comunidades católicas da Península Arábica
Cidade do Vaticano, 03 nov 2022 (Ecclesia) – Francisco iniciou hoje a primeira visita de um Papa ao Barém, onde vai permanecer até domingo, num programa que prevê encontros com representantes islâmicos e comunidades católicas da Península Arábica.
O Papa chegou ao aeroporto internacional de Fiumicino, em Roma, pouco antes as 09h45 (08h45 em Lisboa), numa cadeira de rodas, e subiu para o avião com a ajuda de um elevador, tendo cumprimentado vários dos funcionários presentes.
Ao deixar a Itália, Francisco enviou a tradicional mensagem de despedida ao presidente Sergio Mattarella, afirmando que faz esta visita como “peregrino de paz e fraternidade, para testemunhar a importância do encontro entre civilizações, religiões e culturas”.
O Papa falou da sua 39.ª viagem internacional, por ocasião do ‘Fórum do Barém para o Diálogo’, na última terça-feira.
“Será uma viagem marcada pelo diálogo. Vou participar, de facto, num fórum que reflete sobre a imprescindível necessidade de que Oriente e Ocidente se encontrem para o bem da convivência humana”, disse, após a recitação da oração do ângelus, na solenidade de Todos os Santos.
“Peço a todos que me acompanhem com a oração, para que cada encontro e evento seja uma ocasião profícua para apoiar, em nome de Deus, a causa da fraternidade e da paz, de que os nossos tempos têm uma necessidade extrema e urgente”, acrescentou.
Francisco visita o Reino do Barém a convite das autoridades civis e eclesiásticas, num regresso à Península Arábica, onde esteve em fevereiro de 2019.
O Papa chega à cidade de Awali, na região centro do Barém, pelas 16h45 locais (13h45 em Lisboa), e após a receção oficial, faz uma visita de cortesia ao monarca local, rei Hamad bin Isa al-Khalifa, no ‘Sakhir Royal Palace’.
Em dezembro de 2021, Francisco escreveu ao monarca por ocasião da consagração da Catedral dedicada a Nossa Senhora da Arábia, em Awali; os dois responsáveis encontraram-se no Vaticano a 3 de fevereiro de 2020.
O ‘Sakhir Royal Palace’ acolhe também a cerimónia de boas-vindas ao Papa, seguindo-se o encontro com as autoridades, a sociedade civil, o corpo diplomático, e o primeiro discurso de Francisco.
Na manhã de sexta-feira, o Papa participa na conclusão do ‘Fórum do Barém para o Diálogo: Oriente e Ocidente para a Coexistência Humana’, na Praça Al-Fida’, onde profere o seu segundo discurso.
Ainda neste segundo dia de visita, Francisco tem um encontro privado com o grande imã de Al-Azhar, a partir das 16h00 locais, na Residência Papal junto ao Sakhir Royal Palace; a 4 de fevereiro de 2019, o Papa e Ahmad Al-Tayyeb assinaram a Declaração de Abu Dhabi, sobre a Fraternidade Humana, considerada como “histórica”, pelo Vaticano.
O programa de sexta-feira prevê uma reunião com os membros do Conselho dos Sábios Muçulmanos (Muslim Council of Elders), presidido por Al-Tayyeb, às 16h30, na Mesquita do ‘Sakhir Royal Palace’; e o encontro ecuménico com oração pela paz, na Catedral de Nossa Senhora da Arábia, a partir das 17h45 locais.
No sábado, o Papa preside à Missa com dezenas de milhares de católicos, no Estádio Nacional do Barém, a partir das 08h30, a segunda Eucaristia celebrada por um pontífice na Península Arábica; mais tarde, Francisco vai ter um encontro com jovens, às 17h00, na Escola do Coração de Jesus.
O último dia da viagem vai decorrer na cidade de Manama, capital do Barém, onde o Papa tem um encontro de oração e recita o ângelus com bispos, sacerdotes, consagrados e os agentes da pastoral, na Igreja do Coração de Jesus, pelas 09h30.
Francisco regressa depois ao Vaticano e a chegada a Roma está prevista para as 17h00 (16h00 em Lisboa).
A visita tem como tema ‘Paz na terra aos homens de boa vontade’.
O Barém, “Reino dos dois mares”, é um estado insular localizado no Golfo Pérsico, entre a Arábia Saudita e o Catar, formado por um arquipélago de 33 ilhas.
Segundo a Santa Sé, os católicos são 160 mil, numa população de 1,5 milhões de habitantes do Barém; já em toda a Península Arábica, os católicos são atualmente mais de dois milhões e meio, sobretudo imigrantes indianos, filipinos, paquistaneses, cingaleses, libaneses, jordanianos, egípcios, de diversos países da Europa e da América.
Os números revelam que “nunca houve tantos cristãos na Península Arábica”, destaca o portal de notícias do Vaticano.
CB/OC
Notícia atualizada às 09h20
Francisco fez, desde 2013, 38 viagens internacionais, nas quais visitou 57 países: Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária, Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Maurícia, Tailândia, Japão, Iraque, Eslováquia, Chipre, Grécia (após ter estado anteriormente em Lesbos), Malta, Canadá e Cazaquistão; Estrasburgo (França) – onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa -, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina), Genebra (Suíça) e Budapeste (Hungria), para o encerramento do Congresso Eucarístico Internacional. |
Vaticano: Papa antecipa viagem «marcada pelo diálogo» ao Barém