Trabalhos no Vaticano apresentam dificuldades sentidas pela Igreja
Tiveram início na manhã de 7 de Outubro de 2009 os trabalhos dos Círculos Menores da II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, nos quais estavam presentes 224 Padres Sinodais, para a eleição dos Moderadores e dos Relatores dos Círculos Menores e para o início da discussão do tema sinodal.
O grupo português terá como moderador D. Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida (Brasil) e como relator D. Gabriel Mbilingi, Arcebispo Coadjutor de Lubango (Angola).
Esta manhã teve lugar a segunda votação para a eleição dos membros da Comissão para a Mensagem, presidida por nomeação pontifícia por D. John Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja (Nigéria) e pelo vice-presidente D. Youssef Ibrahim Sarraf, Bispo do Cairo dos Caldeus (Egipto).
Entre as intervenções que tiveram lugar no Sínodo, destacou-se a questão da relação entre católicos e fiéis de outras religiões. O Cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso (CPDIR), lembrou que a religião tradicional africana (RTA) exerce ainda uma forte influência sobre os africanos que são “naturalmente religiosos”.
Este responsável sublinhou também que o Islão “está em constante crescimento” e é geralmente tolerante. Quanto às seitas, referiu que “por causa da simplicidade das suas crenças, seduz muitos africanos que vivem na precariedade”.
“Diante desta situação, os bispos não deixam de reagir e o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso se esforça para ajuda-los a difundir um ensinamento sobre as diferentes religiões na África, na formação ao sacerdócio e à vida religiosa, organizando no local encontros de formação para os formadores”, disse.
D. Ambroise Ouédraogo, Bispo de Maradi (Burkina-Faso), manifestou a sua convicção de que “hoje o diálogo entre cristãos e muçulmanos não só é possível, mas é necessário e urgente por causa dos conflitos, das guerras e da violência que afligem a nossa África e o nosso mundo”.
Já D. Tarcisius Gervazio Ziyaye, Arcebispo de Blantyre (Malawi), disse que o aumento do número de católicos não deve ser considerado suficiente pelos responsáveis da Igreja. “É desanimador, que na África hoje, os católicos possam participar em conflitos políticos e étnicos e que os políticos católicos possam estar envolvidos em graves corrupções de recursos públicos, e que alguns dos nossos católicos se voltem a práticas ocultistas em tempos de dificuldades”, apontou.
D. Robert Sarah, Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, condenou a “teoria do género” e disse que “a África deve proteger-se da contaminação do cinismo intelectual do Ocidente”.
Esta Sexta-feira, 9 de Outubro, na abertura da nona Congregação Geral fará uma intervenção Rudolphe Adada, antigo responsável pela força da ONU no Darfur, para referir sobre os esforços de paz na região sudanesa, que diz respeito a vários Países africanos.
A segunda conferência de imprensa sobre os trabalhos sinodais (com a tradução simultânea em italiano, inglês, francês e português) realizar-se-á a 14 de Outubro.