Diálogo, ética e combate à pobreza

Elicídio Bilé

Dada a proximidade de um novo ato eleitoral importa atender às propostas apresentadas pelos diferentes atores políticos e ter em conta que a política não é luxo de alguns, mas um direito e um dever de todos.

Para agir politicamente torna-se necessário ter capacidade de diálogo, sentido ético da vida e valores morais e políticos, quando, hoje, algumas políticas esquecem os valores e atuam na mediocridade. A ação política não pode alimentar-se da mentira, da fraude, da calúnia, da corrupção. Uma política com valores é, acima de tudo, gerir o bem comum, que não confunde a ética com a própria ideologia. Por esta razão a cultura política deve ser o sustentáculo dos sistema sociais, nos quais os valores morais e políticos são os fatores que fundamentam o funcionamento da sociedade.

O sistema político português, em muitas circunstâncias, está longe de ser um modelo de democracia, porque está muito aquém de respeitar os direitos dos cidadãos de forma equitativa. É visível a desproporcionalidade arbitrária  no uso de poder e de privilégios que estão nas mãos de poucos.

Portugal, nos últimos anos,  está confrontado com muitos desafios, agravados pelas diversas crises e conflitos  bélicos que assolam o mundo. Um dos grandes desafios é o combate à pobreza e à exclusão social que tem vindo a agravar-se com as fragilidades manifestadas por alguns setores da vida pública, entre os quais a saúde, o ensino e a habitação, que afetam sobretudo os mais pobres e vulneráveis.  A pobreza tem vindo a crescer exponencialmente, como revelam as mais recentes estatísticas. O Governo assumiu compromissos importantes neste domínio, tais como a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e o Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e da Garantia Europeia para a Infância. Existem, também disponibilidades financeiras como o Plano de Recuperação e Resiliência e o programa PT2030, mas que se tornarão insuficientes se não forem atendidas as causas estruturais da pobreza.

Nestas eleições legislativas do dia 10 de março, importa ter em atenção o que foi prometido, o que foi feito e o que é necessário fazer, para dar resposta ás grandes preocupações sociais com que nos deparamos. É necessário que a escolha daqueles que irão assumir os destinos de todos, seja criteriosa. Os partidos políticos não são todos iguais.  Eu, por mim , votarei na moderação, no humanismo, no desenvolvimento solidário e na garantia  de um futuro onde sobressaiam os valores intrínsecos à pessoa humana, livre e respeitada. Não votar, aumentando o número de abstencionistas,  é deixar para outros  a escolha do que eu quero para a criação de um  Portugal sem derivas totalitárias e estatizantes.

Elicídio Bilé

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Agência ECCLESIA

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