Dialogar com a vida através do «Tesouro escondido»

Nova obra de Tolentino Mendonça responde à questão: «A nossa vida é uma batata ou uma cebola?»

Lisboa, 17 Fev (Ecclesia) – O poeta Tolentino Mendonça define a sua última obra – «Tesouro Escondido» – como “um diálogo com a vida e as problematizações da nossa própria existência”.

Apresentado nesta quarta-feira (16 de Fevereiro), em Lisboa, esta obra é “uma pequena apologia de um cristianismo sapiencial” – disse o autor à ECCLESIA.

Henrique Raposo, um dos apresentadores da livro – editado pelas Paulinas – refere, em comparação com o «Hipopótamo de Deus» (a obra anterior de Tolentino Mendonça), que “este livro é mais difícil e tem a linguagem dos crentes e quem não é crente – como é o meu caso – torna-se mais difícil entrar”.

Um desafio porque este livro do padre Tolentino Mendonça “tem a linguagem de Jerusalém, da crença e da fé” – refere o colunista do jornal «Expresso».

Perante a questão que surge no início da obra – «A nossa vida é uma batata ou uma cebola?» -, o poeta responde: “é o ponto de partida para esta incursão, pela espiritualidade bíblica em diálogo com as procuras e as interrogações do nosso presente”.

“A nossa vida é só um conjunto de camadas, de véus, de vivências ou tem alguma coisa de substancioso que permanece para lá de toda as etapas?” – questiona e responde logo de seguida: “Foi o que tentei reflectir neste texto”

Nesta aventura da escrita, Tolentino Mendonça socorre-se de textos bíblicos. “A Bíblia é uma espécie de mapa para a aventura do cristão e crente”. Como em “cada um de nós há tesouro escondido”, a Bíblia “é a palavra que ilumina o presente mas também rasga e inaugura o passo futuro”.

O apresentador da obra conhece o padre Tolentino há cerca de um ano. “Tudo começou com uma polémica – escrevi uma crónica no «Expresso» – onde critiquei o Papa e descobri que o Tolentino fez uma resposta no site da ECCLESIA” – recorda.

Duma crónica nasceu uma “amizade e está a desenvolver-se bem” – avançou. Para Henrique Raposo, o poeta tem “a capacidade de ir buscar pessoas que pensam diferente”.

O magistério de amizade é essencial, especialmente “numa altura em que as pessoas gritam muito e falam pouco” – afirmou. Nesta ponte/diálogo entre a Igreja e a cultura contemporânea, “o Tolentino torna-se especial porque há poucos elementos da Igreja que têm a capacidade de descer do púlpito e falar para quem não é crente”.

“A Igreja portuguesa tem o hábito de falar a linguagem dos crentes e isso cria uma barreira” – conclui o apresentador.

PTE/LFS

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Agência ECCLESIA

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