Dia Nacional da Cáritas

Educar Portugal para o acolhimento à diversidade é o objectivo lançado este ano pela organização católica para a solidariedade Celebra-se este Domingo o Dia Nacional da Cáritas, que este ano se centra no objectivo de educar para a interculturalidade. “Acolhe a diversidade, abre portas à igualdade” está a ser desenvolvido, através de inúmeras actividades, pelas instituições diocesanas da Caritas. Porque o acolhimento à diversidade e à igualdade não se centra apenas em nacionalidades diversas mas compreende outras situações, a Caritas de Leiria Fátima apostou numa formação sobre a doença de Alzheimer, incidindo sobre as perturbações sociais e pessoais. A Caritas enquanto escola de ajuda social, quis dar atenção a este problema que afecta muitos portugueses, dando espaço para que “o problema seja abordado a nível social”, explica à Agência ECCLESIA, Ambrósio Santos, Presidente da instituição em Leiria – Fátima. Foi uma formação que incidiu no “drama das famílias”, onde foi reflectido “o peso das dificuldades, mas onde se deu a conhecer também as respostas para ajudar”, nomeadamente através dos gabinetes de apoio às famílias e dos grupos de auto-ajuda que funcionam já em várias localidades da diocese. A formação contou com uma “componente muito prática, conduzida pelas pessoas que lidam diariamente com os doentes”, dá conta Ambrósio Santos. O tema que a Caritas Portuguesa escolheu para a Semana Nacional foi desenvolvido numa reflexão pelo Reitor do Santuário de Fátima, Monsenhor Luciano Guerra. “O espaço familiar foi apontado como o principal lugar onde a diversidade e a igualdade devem ser desenvolvidas”, recorda Ambrósio Santos. Embora que o que se torna visível seja a presença viva da imigração, esta não é apenas uma das faces da integração. “Integração na família, na igreja, na sociedade, são também meios onde acolher a diversidade”. Pelo 12º ano consecutivo a Caritas de Leiria Fátima desenvolve uma recolha de sangue na diocese. Uma iniciativa que visa colmatar as necessidade reais de sangue em Portugal, “mas surge também como uma atitude pedagógica, pois a solidariedade não se esgota no abrir do porta moedas”, sublinha o Presidente da instituição diocesana. Todos os anos a Caritas de Leiria Fátima realiza uma reunião com todos os seus colaboradores, contando com pessoas dos grupos paroquiais ou que a título individual são parceiras da acção desta instituição. Foi um espaço para “receber estímulos, revigorar energias, vencer o desânimo e estimular o convívio”, explica o Presidente. Os dias Caritas “constituem um tempo de visibilidade para uma maior consciência pessoal e pública para os problemas socais e despertam para atitudes de cidadania”, sublinha Ambrósio Santos. Cáritas da Guarda mostra trabalho Numa região com problemas de desertificação humana, a Cáritas da Guarda está empenhada em motivar e ajudar a população. Em plena semana Cáritas, este organismo eclesial tem patente uma exposição sobre «Identidade e Missão da Cáritas» onde mostra – através de textos e fotografias – as actividades. Em declarações à Agência ECCLESIA, Isabel Varandas, presidente da Cáritas da Guarda, realça que apoiam os idosos, crianças e jovens. “Apoio domiciliário e o Centro de Apoio à Vida” são duas valências. No domínio dos projectos também “fazemos diversas acções”. Recentemente, a Cáritas da Guarda fez um estudo para identificar e caracterizar as situações de pobreza. Feita investigação, “agora é colocar mãos à obra” – disse. Os jovens desfavorecidos também são uma actividade prioritária. “Fizemos encontros inter-geracionais onde aprenderam música e frequentaram lares”. Apesar de não existirem tantos imigrantes como nos anos anteriores, “ainda apoiamos aqueles que nos solicitam” – frisou Isabel Varandas. E acrescenta: “Aulas de português e na procura de emprego”. A dinamização das Cáritas Paroquiais também é uma prioridade. “Dois técnicos iam às Cáritas Paroquiais dar apoio aos voluntários” – realça. Neste momento, a Cáritas desta dioceses com a sua vizinha espanhola, Salamanca, estão a preparar um estudo sobre a zona da raia. “Uma investigação para vermos as fragilidades e potencialidades desta região” – afirma a presidente. Em relação ao futuro – sublinha Isabel Varandas – “teremos de apostar noutras formas de angariação de fundos”. E concluiu: “a aposta passa também pelos grupos inter-paroquiais porque as aldeias estão cada vez mais desertas”. Promover a diversidade e a igualdade em Setúbal Apesar do mau tempo que implicou a alteração ou cancelamento de algumas actividades, Maria Madalena Cruz, Vogal da Direcção da Caritas de Setúbal, explica à Agência ECCLESIA que esta instituição quis “marcar a presença na diocese”, mostrar o seu trabalho uma vez que é “o braço da Igreja para a acção social”. Está a decorrer o peditório nacional na cidade e está também programada uma vigília de oração sob o tema “Educar o olhar para acolher a diversidade”. Vai decorrer na Baixa da banheira, “uma localidade onde existe uma enorme diversidade étnica”, explica a vogal. Na Praça do Bocage, no centro da cidade de Setúbal, decorre uma mostra de algumas associações sobre o trabalho que desenvolvem. O mau tempo levou ao adiamento desta actividade, que inicialmente estava pensada para o dia 18, e que apenas foi inaugurada no dia 20. Neste espaço estão a participar três associações de diferentes culturas. O Centro Cultural Africano, a Associação de Apoio aos Brasileiros da Península de Setúbal e a AMUCIP, – Associação de mulheres ciganas do concelho do Seixal, para além de um stand da Caritas de Setúbal, onde se pode encontrar informação do trabalho da instituição. “Foram convidados todos os grupos constituídos em associações na diocese de Setúbal, mas muitos, por variadas razões, não puderam participar”, elucida Maria Madalena Cruz, que lamenta que os grupos não “aproveitem esta oportunidade para se dar a conhecer”. Tanto a mostra localizada no centro de Setúbal, como o peditório que decorre são formas de chegar às pessoas, para que a Semana Nacional da Caritas não passe despercebida. Este é um objectivo que implica dois lados: cidadãos comuns mas também as próprias associações. Maria Madalena Cruz reconhece que o ser activo e participativo é um “défice na sociedade portuguesa”, mas a realidade mostra que “muitas associações têm dificuldades de organização”. “Mas a interpelação e a sensibilidade passa muito pelas pessoas”, destaca a vogal, pois é preciso que “as pessoas se deixem tocar também”, manifesta. “Acolher o outro e olhar para a diversidade como uma riqueza e como necessidade para a igualdade, só nos enriquece”, sublinha a vogal da Caritas de Setúbal. Notícias relacionadas Semana Cáritas 2008/a>

Scroll to Top