Dia Mundial dos Pobres: Centros da Cáritas de Setúbal apoiam sem-abrigo, idosos e jovens mães

Responsáveis sublinham impacto da crise na habitação e da solidão

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Setúbal, 15 nov 2025 (Ecclesia) – Os centros sociais de São Francisco Xavier e Nossa Senhora da Paz, da Cáritas Diocesana de Setúbal, garantem banho, alimentação, pernoita e apoio a sem-abrigo, idosos e jovens mães, perante novas formas de pobreza.

“Neste momento estamos com 270 refeições diárias, que é um aumento, sentimos um aumento”, assinala Carla Regateiro, diretora do Centro Social de São Francisco Xavier, notando que há ainda pessoas “não estão sinalizadas”.

No equipamento da cidade, a prioridade é a sobrevivência diária.

“Encontram neste centro todas as necessidades básicas, iniciando aqui no banho, numa troca de roupa e tudo o que diz respeito à parte da alimentação”, explica a responsável, em declarações à Agência ECCLESIA.

Carla Regateiro refere também a pernoita para a população em situação de sem-abrigo.

“Aqui na Cáritas todos são tratados pelo nome e não pelo número”, acrescenta, assumindo o objetivo de “criar uma família”.

A crise da habitação está no centro de muitos pedidos.

“É um esforço grande e que está a ser difícil, por causa dos valores da habitação”, admite a responsável que vê chegar “cada vez mais casos da classe média” nos pedidos de ajuda.

No Centro Social Nossa Senhora da Paz, a Cáritas agregou várias respostas num bairro periférico.

“Este equipamento foi inaugurado em 2001 e permitiu juntar no mesmo espaço um conjunto de respostas sociais que já estavam em funcionamento aqui no bairro ou nos arredores”, indica a diretora, Carla Carvalho, recordando o centro de dia, o apoio à infância e o Centro de Apoio à Vida.

A responsável assume que, quase um quarto de século depois, o perfil do utente é “diferente”.

“São pessoas mais velhas, efetivamente, dado o aumento da esperança de vida», descreve.

O Centro de Apoio à Vida acolhe jovens mães em rutura familiar, muitas vezes sem rede de suporte.

“São jovens em que a principal questão realmente é, aparece uma maternidade em que não foi planeada, muitas vezes num contexto familiar frágil”, explica Carla Carvalho.

Nós temos neste momento nove mães acolhidas, com bebés, e eu tenho ali jovens que estão aqui há dois anos e que não recebemos uma visita, que não recebem uma visita”.

Entre regras e afeto, a equipa procura garantir um ambiente seguro.

“Temos de dar muito colo, muito amor, muitos beijinhos, muito abraço, mas ao mesmo tempo também temos de ser firmes e temos de lhes dizer que não, que é de uma maneira, que é de outra, que deve ser feito assim”, afirma a diretora.

Os testemunhos de Carla Regateiro e Carla Carvalho integram a emitir este domingo no Programa 70×7, na RTP2 (17h30), dedicado ao Dia Mundial dos Pobres de 2025.

OC

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