Dia Mundial das Missões: Papa pede uma «nova estação evangelizadora» na atualidade e lembra que «a pertença à Igreja nunca é uma realidade adquirida»

“Missionários de esperança entre os povos” é o tema da mensagem de Francisco, que alerta para «graves sintomas de crise do humano»

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Cidade do Vaticano, 06 fev 2025 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirma na mensagem para o Dia Mundial das Missões que é necessário promover uma “nova estação evangelizadora”, a partir da “grande esperança” cristã, lembrando que “a pertença à Igreja nunca é uma realidade adquirida”.

“Na sociedade moderna, a pertença à Igreja nunca é uma realidade adquirida de uma vez para sempre. Por isso, a ação missionária de transmitir e formar a maturidade da fé em Cristo é ‘o paradigma de toda a obra da Igreja’”, afirma Francisco no documento divulgado hoje pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

A Igreja Católica assinala no terceiro domingo do mês de outubro o Dia Mundial das Missões, este ano no dia 19, celebrado a partir da mensagem do Papa que, no contexto do Jubileu 2025, tem por tema “Missionários de esperança entre os povos”.

Francisco refere-se no documento à “identidade missionária cristã” e pede uma “nova estação evangelizadora da Igreja, enviada a reanimar a esperança num mundo sobre o qual pesam sombras tenebrosas”.

“As comunidades cristãs, animadas por tão grande esperança, podem ser sinais de nova humanidade num mundo que, nas regiões mais ‘desenvolvidas’, apresenta graves sintomas de crise do humano: sensação generalizada de desorientação, solidão e abandono dos idosos, dificuldade em encontrar disponibilidade para ajudar quem vive ao nosso lado”.

“Nas nações tecnologicamente mais avançadas, a proximidade está a extinguir-se: todos nos encontramos interligados, mas não em relação. A ânsia de eficiência e o apego às coisas e às ambições levam-nos a estar centrados em nós próprios e a ser incapazes de altruísmo. O Evangelho, vivido em comunidade, pode devolver-nos uma humanidade íntegra, saudável e redimida”; afirmou.

O Papa lembra que o “modelo supremo” do missionário é Jesus Cristo, que se tornou o “divino Missionário da esperança”, e a Igreja “prolonga” a missão e inclina-se “sobre cada pobre, aflito, desesperado e oprimido pelo mal”.

“Embora tenha de enfrentar, por um lado, perseguições, tribulações e dificuldades e, por outro, as suas próprias imperfeições e quedas devido às fraquezas de cada um dos seus membros, ela é constantemente impelida pelo amor de Cristo a avançar, unida a Ele, neste caminho missionário e a escutar, como Ele e com Ele, o grito da humanidade, ou melhor, o gemido de toda a criatura que espera a redenção definitiva”, afirma.

Francisco desafia os cristãos a “transmitir a Boa Nova, partilhando as condições concretas de vida daqueles que encontram e tornando-se assim portadores e construtores de esperança” e agradece aos “missionários e missionárias ad gentes”, que partiram “rumo a outras nações para dar a conhecer o amor de Deus em Cristo”.

“ De todo o coração, muito obrigado! A vossa vida é uma resposta concreta ao mandato de Cristo ressuscitado, que enviou os discípulos a evangelizar todos os povos”.

O Papa lembra que “a oração é a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, a primeira força da esperança”, refere à evangelização como um “processo comunitário”, insiste na “sinodalidade missionária da Igreja” e lembra o serviço das “Obras Missionárias Pontifícias em “promover a responsabilidade missionária dos batizados e em apoiar as novas Igrejas particulares”.

“E exorto todos vós – crianças, jovens, adultos, idosos – a participar ativamente na comum missão evangelizadora com o testemunho da vossa vida e oração, com os vossos sacrifícios e a vossa generosidade. Muito obrigado por tudo isto”, conclui o Papa.

PR

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