Dia Mundial das Missões

Mensagem do Presidente da Comissão Episcopal das Missões A afirmação bíblica “Deus é amor”, vem constituindo uma referência recorrente do Papa Bento XVI, nas mais diversas intervenções deste início do seu pontificado, particularmente após a publicação da sua primeira encíclica. A sua mensagem para o próximo Dia Mundial das Missões insere-se neste contexto. O Papa convida toda a Igreja a centrar a sua acção missionária no anúncio desta verdade essencial, presente na vida e na acção de Cristo, ou seja, fazer do amor a alma da missão da Igreja. As ocorrências, quer do 40º aniversário do Decreto conciliar Ad Gentes, quer do Vº Centenário do nascimento de São Francisco Xavier, constituem, igualmente para nós, referências obrigatórias, como inspiração e como testemunho da resposta da Igreja de todos os tempos, ao mandato de Cristo, ide pelo mundo e anunciai o evangelho, resposta que a celebração do Dia Mundial das Missões pretende avivar, de modo renovado, na vida de cada baptizado. O anúncio do Deus amor, manifestado pela vinda de Jesus ao mundo, é tarefa de toda a comunidade cristã. Anúncio realizado prioritariamente pelo testemunho do amor fraterno, consequência e expressão do amor paterno de Deus. A fidelidade a este amor é a fonte duma autêntica solicitude missionária de todo o povo de Deus, presente nas Igrejas particulares e comunidades locais; é o único critério que deve presidir a todas as opções, mesmo de âmbito social; é o verdadeiro motor da missão, o segredo da fecundidade apostólica duma acção missionária sem fronteiras… A passagem do 40º aniversário do decreto conciliar Ad gentes, ocorrência que inspira as Jornadas Missionárias deste ano, permite-nos assumir e desempenhar, hoje, com maior consciência, o impulso que este documento conciliar trouxe à realização da missão da Igreja. A explicitação dos seus fundamentos essenciais, a sua importância e a sua actualidade face aos desafios colocados por um mundo caracterizado por profundas mudanças, permitiu assumir com uma consciência mais clara a vocação missionária inata da Igreja, e defini-la como elemento constitutivo da sua natureza. Também hoje, em fidelidade ao mandato de Cristo, que enviou os discípulos a anunciar o Evangelho a todos os povos, queremos realizar este desejo, inerente à nossa vocação baptismal, como um dever e uma missão pessoal indelegáveis. O anúncio do Evangelho e o testemunho do Deus amor, constituem o primeiro serviço de cada cristão para a realização da missão da Igreja. Hoje, como sublinhou repetidas vezes o Papa João Paulo II, a missão ad gentes não pode confinar-se aos limites geográficos habituais, pois, “mesmo no ‘velho continente’ existem extensas áreas sociais e culturais, onde se torna necessária uma verdadeira e própria missio ad gentes” (cf EE 39). O anúncio e o testemunho do amor de Deus – Deus caritas est – manifestado plenamente na Palavra e na vida de Cristo, constituiu e continua a constituir o “programa de vida e de santidade” dos missionários de todos os tempos, do que é exemplo S. Francisco Xavier, conhecido como o Apóstolo do Oriente, Padroeiro Universal da Missões e Apóstolo mundial dos tempos modernos. Um exemplo e um testemunho de doação extrema, até ao dom de si mesmo, na realização da acção evangelizadora da Igreja. A celebração do V Centenário do seu nascimento, como referem os Bispos Portugueses em recente Nota Pastoral, deve levar as nossas comunidades cristãs a crescer no “zelo apaixonado pelo Reino inaugurado por Cristo e a assumir uma responsabilidade comum na actual largueza da missão impulsionada pelo Espírito Santo”. Estou certo de que o seu exemplo de apóstolo e missionário há-de continuar a contribuir para alimentar o espírito missionário de tantas pessoas, movimentos e grupos e, sobretudo, a inspirar tantos jovens a passar de um voluntariado limitado no tempo, à oferta da vida toda a Cristo e ao anúncio do Evangelho. Que também este ano o Outubro Missionário e a celebração do Dia Mundial das Missões, constituam para todas as comunidades cristãs um tempo privilegiado de crescimento na consciência da participação activa na acção evangelizadora da Igreja. Que Maria, Estrela da evangelização, ampare quantos, no seguimento de Cristo, a exemplo de S. Francisco Xavier, testemunham e apontam a todos, pela doação plena de si mesmos, o amor de Deus Pai, revelado em Cristo, como fonte inesgotável de alegria e de vida abundante. † Manuel Neto Quintas Presidente da Comissão Episcopal das Missões

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