Marta Amado é voluntária na Rádio do Hospital de Coventry há 10 anos e sente «gratidão imensa» por poder dar algo de si aos outros
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Lisboa, 11 fev 2025 (Ecclesia) – Marta Amado, emigrada em Inglaterra há mais de 10 anos, é voluntária na Rádio do Hospital de Coventry, em West Midlands, uma missão que abraça desde que chegou ao país, contribuindo para o bem-estar dos pacientes.
Licenciada em Comunicação Social e Cultural pela Universidade Católica Portuguesa, a portuguesa emigrou em 2014 e, quando chegou ao país, pensou numa forma de “melhorar o inglês”, tendo aí tido conhecimento da existência de rádios hospitalares.
“Eu pensei, que causa maravilhosa, porque podemos levar alguma alegria, companhia, conforto, sobretudo aos pacientes”, expressou Marta Amado, em declarações à Agência ECCLESIA, que desde então é locutora na Rádio do Hospital de Coventry.
Atualmente, a portuguesa concilia o trabalho no Coventry Transport Museum (Museu dos Transportes de Coventry) com o voluntariado na rádio hospitalar, ao qual dedica cerca de três horas por semana, incluindo a preparação e a realização de um programa em direto.
Depois de um período inicial de formação e de apresentar uma amostra do que pretendia fazer, Marta Amado teve a primeira emissão em direto na Rádio do Hospital de Coventry em março de 2015.
“Já há dez anos que eu faço um programa às quartas-feiras, de uma hora, que agora chama-se Inspiração Internacional, em que eu passo música diversa, em diferentes línguas. Às vezes, leio poemas ou pequenas histórias, entrevistas. É muito diversificado”, explica.
Os doentes podem acompanhar as emissões através das enfermarias, cujas camas têm a opção de escutar várias rádios, entre elas a rádio hospitalar de Coventry, sendo apenas necessário clicar num botão e colocar os auscultadores.
A Rádio do Hospital de Coventry é acessível a todos, isto é, não é exclusiva para os doentes, e pode ser escutada através do website.
Marta Amado sente uma “gratidão imensa” por poder dar algo de si aos outros e por saber que está a “contribuir para o bem-estar” dos doentes, sublinhando que ser locutora na rádio hospitalar “é uma das melhores coisas” que lhe aconteceram desde que se mudou para Inglaterra.
O feedback dos ouvintes “é muito positivo, de agradecimento”, descreve a portuguesa, que acredita que a rádio ajuda os pacientes a manterem-se “positivos” e a “sentirem-se especiais”.
“Isso ajuda às vezes também na recuperação. Porque às vezes temos doentes que dizem: ‘quando eu ouvi aquela música dedicada a mim, senti-me muito agradecido’”, conta.
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Para Marta, “é muito gratificante” saber que de alguma forma contribui para a recuperação dos doentes, e relata que, em certas ocasiões, os locutores vão até às enfermarias falar com os pacientes e saber que músicas gostam de ouvir.
A voluntária lembra a história de uma doente que esteve internada durante muito tempo, entretanto recuperada, que disse que a “rádio foi fundamental” no tempo em que esteve no hospital e que sentiu um grande “reconforto” ao ouvir as emissões.
A Rádio do Hospital de Coventry sustenta-se a partir de donativos que podem ser feitos através do site e de eventos realizados para angariar fundos.
O Dia Mundial da Rádio assinala-se no dia 13 de fevereiro desde 1946, quando foi criada a rádio das Nações Unidas, e este ano tem como tema “Rádio e Alterações Climáticas”.
Marta Amado vê este meio como “mágico”, que faz as pessoas imaginar quem está do outro lado.
“E é um meio de comunicação que chega a todo lado, em qualquer lado as pessoas podem ouvir a rádio, sintonizar”, indica.
“Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” é o título da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinala em cada ano, no domingo antes do Pentecostes (1 de junho em 2025).
A portuguesa refere que os voluntários da Rádio do Hospital de Coventry levam sempre “uma palavra, uma mensagem de esperança” aos doentes para que “tenham fé, que acreditem”, porque existem “equipas maravilhosas a fazer o que podem” para que estes melhorem.
LJ/OC