Religiosa da Congregação das Irmãs Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento tem-se dedicado ao acolhimento de mulheres em situação vulnerável
Lisboa, 01 jan 2020 (Ecclesia) – A irmã Júlia Bacelar, que se tem dedicado ao acolhimento de mulheres em situação vulnerável, disse à Agência ECCLESIA que a reconciliação com a memória é fundamental na ajuda às vítimas.
“No trabalho que fazemos com as mulheres – vítimas de conflitos, de abusos sexuais, da violência doméstica – procuramos ajudá-las a identificar como é que foram os maus-tratos”, explica a religiosa da Congregação das Irmãs Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento,
A Igreja Católica celebra o início de 2020 com uma proposta do Papa Francisco, sobre o tema “A paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica”.
A mensagem para o Dia Mundial da Paz recorda que “muitas vítimas inocentes carregam sobre si o tormento da humilhação e da exclusão, do luto e da injustiça”.
A irmã Júlia Bacelar destaca a importância de promover “um caminho de escuta, que se baseia na memória”, no acompanhamento destas pessoas.
“Para curar e partir noutro caminho, é muito importante que as pessoas tenham memória, que não façam de contas que não aconteceu nada”, assinala.
A religiosa realça a necessidade de “chamar as coisas pelos nomes, curar” e “projetar um futuro novo”.
Segundo a entrevistada, a mensagem do Papa propõe “caminhos de esperança” para quem sofreu”.
“Eu não posso permanecer uma vítima para toda a vida”, precisa.
A mensagem de Francisco refere que o caminho da reconciliação requer “paciência e confiança”, ideia partilhada pela irmã Júlia Bacelar.
“É preciso reconciliar-se com tudo o que aconteceu” e “incutir a esperança”, para não deixar que as pessoas se “fixem no passado”, aponta.
A religiosa, conhecida pelo seu empenho na luta contra o tráfico de pessoas, defende que “as vítimas precisam de sentir uma alavanca, alguém que esteja ao lado delas”, ajudando-as a “dar o salto para a pacificação”.
A entrevista é emitida hoje, pelas 22h45, na Antena 1 da rádio pública.
OC