Dia Mundial contra a escravidão infantil

Hoje é o Dia Mundial contra a Escravidão Infantil. Uma realidade muitas vezes distante dos nossos olhos, mas que envolve actualmente 400 milhões de crianças. Os dados são de organizações humanitárias, que indicam também que os menores representam mais de 10% do potencial de mão-de-obra no mundo. Os pequenos escravos geram cerca de 13 milhões de euros anuais ao Produto Interno Bruto mundial. As organizações denunciam, em particular, que poderosas empresas multinacionais famosas em todo o mundo, com produções que vão desde automóveis e roupas até bebidas e ténis, são consideradas culpadas. Elas “exploram meninos e meninas nos países pobres com subcontratos para diminuir o preço da mercadoria que é vendida em outros lugares e da qual aquelas crianças nunca poderão usufruir”. O Movimento Cultural Cristão Espanhol aproveita o Dia de reflexão e luta para denunciar que, “em pleno século XXI, presenciamos uma das situações mais vergonhosas do nosso tempo: a escravidão infantil. Guerras, prostituições, exploração de trabalho, fome, maus-tratos”. Ainda para o Movimento Cristão, “a escravidão infantil é o maior problema laboral e, portanto, sindical do mundo. Apesar disso, o sindicalismo internacional e os partidos políticos não se preocupam com tais questões. Para eles, a escravidão infantil não existe”. Ao contrário, acrescenta, “a escravidão infantil é um holocausto planetário em crescimento”. O documento do Movimento Cristão ressalta que a escravidão infantil se transformou num instrumento de guerra comercial internacional. As crianças e os adolescentes formam o grupo de trabalhadores mais vulnerável e menos protegido. O problema é considerado moral e político e pode encontrar soluções graças a “uma política de solidariedade”. No dia de hoje, a proposta é lutar pela abolição total da escravidão infantil e contra o desemprego e a precariedade do trabalho imposta aos adultos. A escolha do 16 de Abril como Dia Mundial contra a Escravidão Infantil não é casual. Nesta data, no ano de 1995, morreu Iqbal Masih, um menino de 12 anos assassinado pela máfia têxtil do Paquistão porque tinha denunciado explorações. Ele foi vendido como escravo pelo próprio pai, aos quatro anos de idade, em troca de 12 dólares. Ao fugir da fábrica de tapetes onde trabalhava, tornou-se porta-voz do drama das crianças trabalhadoras de todo o mundo.

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