Responsáveis portugueses alertam para consequências da crise
Lisboa, 15 mai 2012 (Ecclesia) – O Dia Internacional da Família que hoje se celebra é este ano dedicado à relação dos núcleos familiares com o mundo do trabalho, num momento de crise económica e financeira.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sublinha na sua mensagem para esta celebração que é necessário encontrar “um equilíbrio”, permitindo que os trabalhadores “possam sustentar as suas famílias, financeira e emocionalmente, ao mesmo tempo que contribuem para o desenvolvimento socioeconómico das suas sociedades”.
O Dia Internacional da Família é assinalado anualmente a 15 de maio, por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1993.
Em Portugal, a Associação Famílias assinala a data chamando a atenção para a situação dos agregados familiares, que “não cessa de se degradar”.
Numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA, a instituição alerta para uma “crise social”, realçando ainda que o atual panorama familiar “é grave e faz, por consequência, perigar a própria civilização que se vê já mergulhada na deriva ética do relativismo agressivo”.
“A ditadura do ‘pensamento único’ está aí e ameaça amordaçar quem ler por outra cartilha”, lamenta a Associação Famílias, que pelo 19.º ano consecutivo assinala o Dia Internacional.
A comemorar as suas bodas de prata (25 anos), a associação refere também que “já não bastava a gravíssima crise económica e financeira em que nos mergulharam e onde pretendem afogar os que ainda teimam em sobreviver”.
Perante estas atitudes, a Associação Famílias frisa que a “crise social” é notória e visualiza-se através da “catástrofe demográfica, desemprego galopante, violência(s) que tingem os quotidianos, desnorte ético, perda avassaladora da memória coletiva, fosso cada vez maior entre ricos e pobres, morte progressiva e sistemática da chamada ‘classe média’, insensibilização direcionada agressivamente contra os velhos, os deficientes e excluídos”.
Em Coimbra, o presidente do Secretariado da Pastoral Familiar da diocese defendeu a necessidade de novas medidas sociais, políticas e fiscais para, em contexto de crise, assegurar o futuro das famílias portuguesas.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, Jorge Cotovio recorda o “cenário pessimista e depressivo” que envolve muitos maridos e mulheres, marcados pelo desemprego e trabalho precário.
“Mesmo que emigre toda a família, quantos escolhos não surgem nos primeiros tempos, que condicionam as relações entre os entes familiares?”, questiona aquele responsável, que acrescenta a este “quadro sombrio” a manutenção de “políticas públicas e fiscais nada favoráveis” à “célula base da sociedade”.
O 7.º Encontro Mundial das Famílias, que vai decorrer em Milão, Itália, entre 29 de maio e 3 de junho, promovido pela Santa Sé, tem como tema ‘A família: o trabalho e a festa’.
JCP/LFS/OC