Dia Internacional dos Ciganos: Comunidade enfrenta «desafios persistentes» no acesso à educação, saúde, habitação e emprego

Pastoral Nacional dos Ciganos assinala uma data que «convida à reflexão sobre a identidade, a cultura e os direitos das comunidades ciganas»

Foto: www.cm-almada.pt

Lisboa, 07 abr (Ecclesia) – A Pastoral Nacional dos Ciganos (PNC) divulgou hoje uma mensagem por ocasião do Dia Internacional dos Ciganos, que se assinala no dia 8 de abril, onde alerta para “desafios persistentes” que a comunidade enfrenta no “acesso a direitos fundamentais”.

Para este organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, esta data é “uma ocasião para reconhecer e valorizar a história, a cultura e a identidade do povo cigano”, que é “parte integrante” da riqueza e diversidade da sociedade portuguesa.

“É essencial lembrar os desafios persistentes que muitas pessoas ciganas ainda enfrentam no acesso a direitos fundamentais como a educação, a saúde, a habitação e o emprego”, afirma a PNC.

Este setor da pastoral da Igreja Católica aponta para a necessidade de “promover a igualdade de oportunidades na educação”, garantindo que “todas as crianças e jovens, independentemente da sua origem, possam sonhar, aprender e construir o seu futuro em condições de igualdade”.

“Assegurar o acesso equitativo à saúde é um imperativo de justiça social, que exige o combate às barreiras, aos preconceitos e às discriminações”, acrescenta.

A PNC refere também que “garantir condições dignas de habitação é respeitar o direito de todas as famílias a viverem com segurança, conforto e estabilidade” e “fomentar o acesso ao emprego é essencial para promover a inclusão, a autonomia e o desenvolvimento sustentável das comunidades ciganas”.

“Neste dia de celebração, manifestamos também a nossa profunda preocupação com o atraso na renovação e implementação da Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC). Desde a sua criação, esta estratégia tem sido um instrumento fundamental na luta contra a exclusão social e a discriminação, e na promoção de oportunidades equitativas nas áreas da educação, saúde, habitação e emprego”, acrescenta a mensagem.

Para a PNC, a “ausência de uma nova fase da Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas compromete os avanços alcançados nos últimos anos e fragiliza os esforços desenvolvidos por inúmeras entidades públicas, organizações da sociedade civil e, sobretudo, pelas próprias comunidades ciganas, que continuam a enfrentar desigualdades estruturais e preconceitos persistentes.

A Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas deve representar um esforço nacional concertado para garantir às pessoas ciganas o acesso equitativo aos direitos fundamentais. Contudo, a sua eficácia depende do envolvimento de todos: instituições, sociedade civil, comunidades locais e cada um de nós”, afirma.

O organismo da CEP afirma apela, “com respeito e sentido de urgência, às entidades competentes para que retomem e reforcem o compromisso político e social com a plena integração das comunidades ciganas”.

“A Pastoral Nacional dos Ciganos reafirma hoje, e sempre, o seu compromisso com a promoção da justiça social e com o respeito pelos direitos humanos. É fundamental que todas as comunidades, sem exceção, se sintam valorizadas e respeitadas na diversidade das suas tradições e modos de vida”, aponta o documento.

Na mensagem que assinala o Dia Internacional dos Ciganos, a 8 de abril, a PNC evoca a caminhada sinodal da Igreja e a celebração do Jubileu da Esperança como convite a “olhar com mais atenção e responsabilidade para as comunidades ciganas, tantas vezes colocadas nas margens da sociedade” e desafia a um caminho conjunto, “com espírito de diálogo, abertura e confiança no futuro”.

PR

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