«Que seja um dia em que as mulheres se comprometam a lutar por um mundo novo», incentiva Movimento Mundial
Lisboa, 08 mar 2025 (Ecclesia) – O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) convida a derrubar “barreiras que impedem as mulheres de se capacitarem, serem respeitadas e valorizadas pelos seus talentos e perspetivas únicas”, numa mensagem para o Dia Internacional da Mulher (8 de março).
“Que este Dia Internacional da Mulher seja um dia em que as mulheres se comprometam a lutar por um mundo novo, livre de violência doméstica, livre de guerras injustas, de exploração, de opressão e de discriminação entre os povos, por motivos de género ou qualquer outra índole”, pode ler-se no texto enviado à Agência ECCLESIA pela Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), membro fundador do MMTC.
Os trabalhadores cristãos apelam a celebrar “as extraordinárias conquistas das mulheres” e ao compromisso de “lutar pela igualdade de género”.
“Ao proporcionar a igualdade de oportunidades, o acesso a recursos e à ajuda de sistemas de apoio, libertamos o potencial das mulheres de hoje e de amanhã, preparando o caminho para as gerações futuras”, escreveu o movimento.
O MMTC pede a defesa de “todos os direitos e aspirações que garantam que nenhuma mulher seja deixada para trás, o que constituirá uma verdadeira celebração do Dia da Mulher”.
Este ano, a mensagem é escrita por G. Augustin MangalaRaj, do movimento indiano, que incentiva, com base no já conquistado em prol da emancipação das mulheres, a ressobrar os esforços no compromisso de “contribuir para a realização de um mundo justo e sustentável”.
O texto evoca o exemplo da Índia, onde durante milhares de anos, “as mulheres foram tratadas e vistas como objetos e não como seres humanos”, enfatizando que “até mesmo as meninas recém-nascidas não estão seguras, são abusadas sexualmente e, em algumas partes do país, são mesmo mortas dando-lhes KalliPaal (sumo de cato)”.
“As mulheres continuam a enfrentar muitos desafios, como: A desigualdade salarial, o acesso limitado à educação e aos cuidados de saúde, a responsabilidade pelas tarefas domésticas, violações, assédio sexual no trabalho, etc”, referiu.
G. Augustin MangalaRaj escreve que “na Índia rural, apenas uma em cada 100 raparigas chega à universidade, principalmente devido a normas sociais que priorizam o seu papel de cuidadoras em detrimento da educação”.
A mensagem denuncia ainda o casamento infantil, que embora seja ilegal, “continua a ser uma prática generalizada devido ao analfabetismo e à falta de consciencialização” e alerta para a falta de instalações sanitárias básicas, que lhes causa “problemas de saúde e são por vezes proibidas de utilizar as casas de banho públicas”.
“Muitas mulheres rurais são vítimas de violência doméstica, agravada por problemas de alcoolismo dos maridos. A prática do dote continua a sobrecarregar as mulheres rurais, que são frequentemente consideradas pelas suas famílias como um encargo financeiro”, indica.
Tendo em vista a resolução, o MTC da índia iniciou muitos programas orientados para as mulheres, nomeadamente de “formação de competências com o objetivo de reforçar a capacidade das mulheres para a autossuficiência financeira e o empoderamento”.
“Alguns exemplos são os sabonetes artesanais ayurvédicos em Irinjalakuda, as bonecas dançantes tradicionais em Thanjavur, a preparação médica de antibióticos Siddha em Kumbakonam, as estatuetas em Agra, as conservas de peixe em Kanyakumari, os chocolates feitos à mão nas colinas de Kodaikanal, os produtos de folha de palmeira em Kuzhithurai, etc”, descreve.
O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos refere que “o Dia Internacional da Mulher tem sido uma oportunidade para mostrar ao mundo que nenhum desenvolvimento é possível, enquanto milhões de raparigas e mulheres continuarem a sofrer todo o tipo de discriminação, a ver os seus direitos espezinhados e suportar todo o tipo de violência”.
“Para o MMTC, homens e mulheres foram igualmente criados por Deus, têm o mesmo mandato para administrar a criação e gozam das mesmas prerrogativas e direitos”, escreve.
Neste sentido, o movimento expressa que não se poupará a esforços para lutar por “um mundo em que cada mulher e cada rapariga possa exercer as suas liberdades e escolhas, conhecer e usufruir de todos os seus direitos, incluindo, o direito de viver livre de violência, o direito à educação, o direito de participar na tomada de decisões e o direito a salário igual para trabalho igual”, citando a ONU.
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