Dia Global de Acção pelo Darfur assinalado em Portugal

Domunetário no cinema Londres e vigília na Igreja São João de Deus, são convites à participação e sensibilização No Dia Europeu da Justiça e também das Nações Unidas, nada mais oportuno do que chamar a atenção para a situação dos refugiados no Darfur. Assinala-se hoje também, o Dia Global de Acção pelo Darfur. Na base desta ligação está o ideal e fundação das Nações Unidas que intimamente se relaciona com a Carta dos Direitos do Homem e com o ideal de nunca mais se repetir o genocídio nazi. O que se passa no Darfur é uma violação dos direitos do Homem, “com contornos semelhantes ao que se passou na 2ª Guerra Mundial”, recorda à Agência ECCLESIA Filipe Pedroso, Membro da Coordenação da Campanha Pelo Darfur. Inserido na programação do DocLisboa – Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa, a Plataforma PorDarfur apresenta «The Devil Came on Horseback», (numa tradução livre, «O diabo chegou montado a cavalo»), de Brian Steidle, um antigo observador internacional destacado para o Sudão. Este documentário vai exibir informação inédita, recolhida em locais onde a presença dos jornalistas é proibida. “Realizado clandestinamente, o documentário tem uma importância enorme e de grande alcance”, aponta Filipe Pedroso, uma vez que o cenário do Darfur está longe da realidade urbana que “os portugueses conhecem”. O documentário, da responsabilidade do DocLisboa, tendo a Plataforma sido posteriormente convidada para apresentar o seu trabalho, é um sinal que “a sociedade começa a estar desperta para o drama humano no Darfur”, apesar de “sempre insuficiente, dada a gravidade da situação”, sublinha. O realizador do documentário é um dos responsáveis pela grande campanha pelo Darfur, a decorrer nos Estados Unidos da América, “que junta mais de 60 organizações”, com um alcance governativo internacional. Portugal, a presidir à União Europeia até Dezembro, e a assumir a realização da Cimeira Europa-África, “é um país determinante para a chamar a atenção para esta situação”. Com a possibilidade da presença dos decisores políticos em Portugal, a que se junta o Presidente do Sudão e os representados dos governos africanos, “será uma oportunidade a não perder de a diplomacia internacional se redimir desta enorme indiferença que tem caracterizado a progressão do drama do Darfur”. O desafio prende-se com a chamada de atenção à diplomacia portuguesa e internacional para que se empenhem nesta questão. Após o visionamento do filme, vai ter lugar uma vigília de oração, na Igreja de São João de Deus, na Av. de Roma, em Lisboa, a partir das 20h, “logo após a exibição do documentário”, “para quem desejar fazer um enquadramento espiritual desta questão”. Durante cerca de uma hora, será rezado o rosário “adaptado à situação no Darfur”. Filipe Pedrosa explica, no entanto, que haverá lugar para outras religiões se poderem juntar a esta iniciativa. Outras iniciativas vão marcando a agenda. Decorre até ao final do mês de Outubro, na Assembleia da República, uma exposição fotográfica de diversos repórteres internacionais que lidaram com o Darfur, mas também “desenhos de crianças que retratam a realidade por que passaram”, tendo sido inclusivamente usados como prova no Tribunal Internacional. Neste local, encontra-se também disponível para subscrição uma carta ao embaixador da China, “solicitando uma mudança de política chinesa de cooperação ao regime militar de Cartum” e outra missiva, dirigida à Presidência da União Europeia, a favor da tomada de medidas pela paz no Darfur. As cartas podem ser subscritas a partir do site www.pordarfur.pt

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