«A vida não acaba com a idade» – Maria João Santos
Lisboa, 24 jul 2020 (Ecclesia) – Maria João Santos, enfermeira e professora convidada da Universidade Sénior de Barcarena, em Lisboa, defende que é necessário valorizar as pessoas que são idosas porque a “vida não acaba com a idade”.
“Quase todas as noites o coordenador estava a ensinar como se entrava no zoom, eles têm agora um chat, todos os dias tinhamos chamadas, e estávamos a conversar… Isso não tem a ver com a idade mas com a motivação, os idosos são pessoas com idade mais avançada, não sei se lá chego, mas eles já chegaram e já viveram, e por isso temos de abraçar esta vida, a vida não acaba com a idade”, refere à Agência ECCLESIA.
Esta Universidade Sénior, que nasceu há três anos no seio do Centro Social e Paroquial de Barcarena, tem várias disciplinas desde teatro, dança, canto, escrita criativa, informática, pintura e fotografia procurando ir ao “encontro dos gostos e interesses” dos alunos.
“O que é que realmente querem e precisam? Muitos estão sozinhos, precisam de afetos e de ter o sentido de presença, precisam de se sentirem úteis e que a sociedade olhe para eles como úteis, nós, enquanto Universidade Sénior queremos isso”, refere o coordenador Nuno Landeiroto.
Com o tempo de pandemia a Universidade teve de se reinventar, mantendo os séniores ativos e percebendo a “satisfação de conseguirem aceder” ao online, das aulas às tertúlias.
Nuno Landeiroto aponta que o “grande desafio foi manter a ligação diária” com os alunos e que lhes trouxe outras competências e realização pessoal.
Odete Ferreira tem 72 anos, é avó e decidiu manter-se ativa, procurando a Universidade Sénior de Barcarena “para aprender e fazer o que nunca tinha feito” ma, em tempo de pandemia o computador tornou-se um aliado.
“As aulas online foi muito bom, nós não sentimos que estávamos abandonados, fizeram um bem para nós, mesmo que virtualmente é muito bom estar com as outras pessoas”, explica.
Já Maria Delgado, recentemente aluna da Universidade Sénior de Barcarena inscrita nas aulas de teatro e canto, não esconde o gosto de estar com outras pessoas e “do convívio que ali se tem”.
“A minha idade já pesa um bocadinho mas tento sempre ver o lado bom das coisas; cada pessoa que passa por mim deixa-me sempre alguma coisa boa”, assume.
Vidas de avós que se cruzam na Universidade Sénior em Barcarena e a forma como foram atravessando o tempo de pandemia com a tecnologia como aliada é o tema do próximo programa de rádio ECCLESIA, este domingo, 26 de julho, pelas 06h00, na Antena 1 da rádio pública.
SN