“Não haver trabalho para o futuro é uma perspetiva que nos querem mostrar”, assinala José Paixão
Lisboa, 01 mai 2018 (ECCLESIA) – O coordenador nacional da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) contesta as visões que querem limitar as possibilidades de emprego e promover a precariedade.
“Se não houvesse trabalho para todos e para o resto da vida não se compreendia como hoje se trabalha mais horas, muitas pessoas têm mais do que um emprego e a trabalhar 10, 12 e 14 horas por dia; isso é a razão principal para que se diga que não há trabalho para o futuro. É uma perspetiva que nos querem mostrar, mas que não se pode entender como realidade”, defende José Paixão, coordenador nacional da LOC/MTC, em declarações à Agência ECCLESIA.
Ao assinalar o Dia do Trabalhador, neste 1º de Maio, José Paixão destacou que há muitas dificuldades para os trabalhadores e uma desvalorização de quem trabalha.
“Esta nova realidade do trabalho está numa situação que é muito difícil para quem trabalha: a precariedade, o desemprego e principalmente a desvalorização feita ao trabalho e aos trabalhadores cria grandes problemas para os trabalhadores e suas famílias”, lamenta.
Quando se fala de trabalho precário, o responsável observa que só “existe a precariedade porque a sociedade, a economia está organizada para isso”.
“É preciso uma organização de outra maneira porque esta precariedade é que gera o desemprego, todo o desemprego é provocado”, sustenta.
O coordenador nacional da LOC/MTC referiu ainda que os jovens estão a ser “utilizados” em “situações de menor rendimento”.
“Menor rendimento e menores salários leva a situações de grandes dificuldades de constituir família e há dificuldades económicas para que isso aconteça”, refere.
José Paixão salientou que o trabalho não é só “necessário e indispensável”, mas que realiza a pessoa e contribui para a sociedade, “o trabalho é uma forma de realização da pessoa”.
“Já o Papa Francisco, com quem nos reconhecemos muito bem na LOC, tem dito que o trabalho não é só para manter o sustento, mas é necessário para realizar o desenvolvimento da pessoa em todos os sentidos”, conclui.
A Igreja Católica celebra desde 1955 a festa litúrgica de São José Operário, como forma de associar-se à comemoração mundial do Dia do Trabalhador, uma decisão do Papa Pio XII.
SN